Tag Archives: musik

Ainda Amy

27 Jul

Quando um astro morre, todo mundo começa a ouvir suas músicas sem parar fazendo com que o morto chegue rapidinho no topo das paradas mesmo se já não as frequentasse há muito tempo. Foi assim com Michael Jackson, está sendo assim com Amy. Do MJ eu já conhecia praticamente tudo porque conhecia e admirava suas músicas desde que ele era um menininho. Cresci ouvindo Michael Jackson, fez parte da minha infância com a música do filme do ratinho assassino Ben, fez parte da minha adolescência quando comecei a cultuar a Black music americana e enlouqueci com o genial Off the Wall, fez parte da minha juventude mesmo quando eu o achava extremamente cafona e preferia o Prince .

Mas com a Amy não. Comecei a gostar a partir de Back to Black e mal sabia que ela existia antes disso até porque eu não sabia de nada e nem quem existia ou não existia no mundo da música desde 2003, tão concentrada que eu estava sendo mãe em horário integral. Agora estou descobrindo como ela era melhor ainda do que eu já sabia. Pra quem parou no tempo como eu…

Amy arrasando, em 2005:

Die alle bezaubernde Amy im Jahr 2005:

Linda em 2004:

Schön im Jahr 2004:

Immer noch Amy 

Stirbt ein Star, beginnen die Menschen seine Musik ohne Unterbruch zu hören, was den Toten jeweils, wenn auch nicht für lange Zeit, schnell in die Top-Charts kommen lässt. So war es mit Michael Jackson und so wird es auch mit Amy geschehen. Von MJ kannte ich praktisch schon alles, kannte und bewunderte ich doch seine Musik schon seit seiner Kindheit. Ich bin aufgewachsen mit Michael Jackson, seine Musik und der Film mit der Ratte Ben waren Teil meiner Kindheit. In meiner Teenagerzeit begann ich die amerikanische “Black Music” zu kultivieren, was mit dem genialen “Off the Wall” gipfelte. Er war Teil meiner Jugend, auch wenn ich ihn extrem geschmacklos fand und Prince bevorzugte.

 Bei Amy ist das nicht so. Mit “Back to Black” begann alles erst, ich kannte sie zuvor kaum, zumal ich auch den Kontakt mit der aktuellen Musikszene ab 2003 verloren hatte, so sehr war ich auf meine Arbeit als Vollzeit-Mutter konzentriert. Erst jetzt entdecke ich, wie gut sie wirklich war, besser noch als ich dachte. Für all die, die etwa zur gleichen Zeit den Kontakt verloren haben …

Seu Jorge: o príncipe era o mendigo

12 Jun

Pra mim, Seu Jorge é o melhor cantor da atualidade no Brasil. Além de cantor ele também é ótimo compositor e ator. O que muita gente não sabe é que o hoje astro internacional já foi mendigo nas ruas do Rio de Janeiro.

Se Jorge cresceu no Gogó da Ema, na baixada fluminense. Mais velho de quatro irmão viu sua família ruir quando um de seus irmãos foi assassinado numa chacina. Com vinte anos virou morador de rua. Sua vida deu a primeira virada (ou a segunda..) quando começou a participar de um grupo de teatro como cantor e ator. Ainda adolescente, antes da desestruturação familiar, Seu Jorge costumava frequentar com o pai rodas de samba carioca e bailes funk e charme dos subúrbios cariocas.

Em 1998 lançou um CD com o grupo Farofa Carioca. A segunda virada na vida veio com o papel de Mané Galinha no filme Cidade de Deus, lançado em 2002. A carreira internacional começou em 2004 quando o cantor e ator participou do filme The Life Aquatic with Steve Zissou.

Seu Jorge: der Prinz war einst ein Bettler 

Für mich ist Seu Jorge der beste der aktuellen Sänger Brasiliens. Abgesehen davon, dass er singt, ist er auch ein guter Komponist und Schauspieler. Was viele Leute aber nicht wissen ist, dass der internationale Star früher einmal auf den Strassen von Rio de Janeiro lebte.

Seu Jorge wuchs in Gogo da Ema (Vorort von Rio) auf. Als Ältester von vier Kindern sah er seine Familie auseinander brechen, nachdem einer seiner Brüder bei einer Schiesserei ermordet wurde. Mit 20 Jahren lebte er auf der Strasse. Sein Leben machte eine erste (oder zweite…) Wende, als er einer Theatergruppe als Sänger und Schauspieler beitrat. Als Jugendlicher, noch bevor die Familie auseinanderbrach, nahm Seu Jorge mit seinem Vater an Sambatreffen sowie Soul- und Funktreffen teil (diese Veranstaltungen sind mehr Grossanlässe als Sessions).

 1998 brachte er eine CD mit der Gruppe “Farofa Carioca” heraus. Eine weitere Wende in seinem Leben kam, nachdem er im Film “City of God” (in 2002) die Rolle des Mané Galinha spielte. Die internationale Karriere begann im Jahr 2004, als der Sänger und Schauspieler im Film “The Life Aquatic with Steve Zissou” teilnahm.

Aqui Seu Jorge como Mané Galinha no trailer de Cidade de Deus:

Mais Milton na Suíça

29 May

Update do post anterior:

O video abaixo e o anterior (Travessia) fazem parte de um acústico gravado em 1980 nos estúdios da SF TV, aqui na Suíça. O DVD com todo o show pode ser comprado pela Internet. Mais um trecho deste acústico:

Der untenstehende Video und der vorherige (Travessia) sind Teil einer Aufnahme in den Studios des Schweizer Fernsehens SF.TV aus dem Jahr 1980. Die DVD mit der ganzen Show kann man über das Internet kaufen. Hier noch ein Ausschnitt dieser Aufnahme:

Travessia

28 May

O maravilhoso Milton Nascimento, ao que parece num show na Suíça, sabe-se lá quando:

Der wunderbare Milton Nascimento scheint hier in der Schweiz gespielt zu haben:

E na mesma página do youtube… surpresa! Björk cantando Travessia:

und auf der gleichen Seite von youtube … welche Überraschung! Björk singt Travessia:

Quando a gente era livre e o mundo era feliz

26 May

SP já foi uma cidade muito menos violenta. Quando criança eu lembro que a grande referência de criminalidade urbana que a gente tinha era Bogotá, na Colômbia. Era tipo “aqui tem assalto mas nada comparável à Colombia”. Pois é. O tempo passou.

Eu ía para a escola de ônibus municipal. Pegava o ônibus elétrico na rua Augusta, às seis e meia da manhã para chegar na escola, perto da rua Iguatemi, antes das sete. Tranquilíssimo.

Mais tarde, já universitária, frequentava bem mais a noite de SP do que a universidade. Eu vivia em bares e clubs. Nunca fui uma “clubber” mas quase… Eu andava quilômetros à pé pelos Jardins e Pinheiros (bairros de SP) de bar em bar, de club em club, de casa de amigo em casa de amigo. A vida era uma festa mesmo! Mas ninguém era deslumbrado ou fútil. Todo mundo queria se divertir e aproveitar cada momento da juventude, simples assim.

Um pouquinho mais velha, no começo dos anos 90, eu acabei sendo repórter de uma revista de música. Olhando pra trás acho que foi uma das épocas mais legais da minha vida. Os “companheiros” de trabalho eram ótimos. Tinha quase que só homem na redação e a maioria era muito legal, muito talentosos. Aprendi muito com eles.

Nessa época eu conheci um monte de músicos. Como repórter eu viajava bastante. Teve uma época que fui jurada de um concurso de novas bandas e rodei pelo Brasil todo nesses festivais. Era muito legal. Qual jovem não queria um trabalho desses?!?

Um dia, fazendo uma reportagem sobre eles mesmos, que já eram mais ou menos famosos (era a época maravilhosamente musical do Mangue Beat!)  acabei amiga de um pessoal de uma banda de Recife, mais precisamente de Jaboatão de Guararapes. Era o Mundo Livre S/A.

Quando eles tocavam em SP, costumavam se hospedar no meu apartamento. Toda noite tinha show ou festa no ap! Hoje, escutando a música deles, lembrei como a gente era jovem e feliz com tão pouco!

Ninguém ligava pra roupa, pra carro, pra restaurantes, pra nenhum luxo, nem mesmo luxinhos. Dinheiro era pra guardar pra poder viajar e só. Pra ser feliz, bastava música boa, cerveja, conversa animada e cada um podendo fazer o que mais gostava: escrever, tocar, cantar, fotografar, falar, viajar…

Nunca mais tive contato com os “meninos” do Mundo Livre. Às vezes vejo o Otto, que era o percussionista da banda (e o galã também), em algum programa de TV já que ele fez carreira solo e ficou relativamente famoso.

Mundo Livre S/A:

Otto:

Als wir noch frei waren, war die Welt voller Glück

SP war einst eine wesentlich weniger gewalttätige Stadt. Als ich noch ein Kind war, sprach man über Bogota (Hauptstadt Kolumbiens), wenn die Rede von städtischer Kriminalität war. Es gibt hier sehr wohl auch Überfälle, aber nichts ist vergleichbar mit Kolumbien, dachten wir damals. Ja, die Zeiten ändern sich.

In die Schule ging ich mit dem städtischen Bus. Ich nahm früh morgens um 6.30h den Trolleybus “Cidade Universitaria” oder den “Pinheiros” auf der Strasse Augusta, um rechtzeitig um sieben Uhr in der Schule an der Iguatemi-Strasse anzukommen. Sehr ruhig.

Später, als ich schon zur Uni ging, verbrachte ich wohl mehr Zeit im Nachleben von SP als an der Universität. Ich lebte in Clubs und Bars. Ich wurde zwar nicht zum “Clubber”, aber fast … Ich durchquerte ganze Quartiere zu Fuss, von Bar zu Bar, von Club zu Club, vom Haus eines Freundes zum Haus eines anderen. Das Leben war ein einziges Fest, wirklich! Trotz all dem war niemand eingebildet oder gar ein Nichtsnutz! Alle wollten einfach Spass haben und den Moment der Jugend geniessen, so einfach war es.

Einige Zeit danach, Anfang der 90’ziger Jahre, war aus mir eine Musikreporterin geworden. Rückblickend finde ich diese Zeit bei der Musikzeitschrift eine der interessanten Abschnitte meines Lebens. Meine Arbeitskollegen waren einzigartig. Es gab praktisch nur Männer auf der Redaktion und die grosse Mehrheit davon war toll und hatten Talent. Ich habe viel von ihnen gelernt.

Zu dieser Zeit kannte ich etliche Musiker. Als Reporterin reiste ich viel. Eine Zeit lang war ich auch in einem Wahlgremium eines Musikfestivals für Jungmusiker und reiste quer durch Brasilien, von einem Festival zum anderen. Das war super. Welch junger Mensch würde nicht auch eine solche Arbeit lieben?!?

Eines Tages machte ich eine Reportage über die damals schon recht bekannte Band “Mundo Livre S/A” und freundete mich danach mit dieser Band aus Recife (genauer aus Jaboatao de Guararapes) an. Immer wenn sie in SP spielten, wurde meine Wohnung auch ihr Zuhause. Jede Nacht hatte sie irgendwo eine Show oder wir machten ein Fest in meiner Wohnung! Jedes Mal wenn ich heute ihre Musik höre, erinnere ich mich, wie wenig wir brauchten in dieser Zeit, um glücklich zu sein!

Niemandem waren Kleider oder Autos wichtig, niemand wollte in Restaurants essen oder gab viel auf Luxus. Geld sparten wir, um reisen zu können. Um glücklich zu sein reichte gute Musik, Bier und eine animierte Konversation. Jeder konnte tun, wonach es ihm war: schreiben, musizieren, singen fotografieren, diskutieren, reisen …

Nie hatte ich mehr Kontakt mit den Jungs von “Mundo Livre”. Manchmal sehe ich Otto, den Schlagzeuger der Band, in irgend einer TV-Show. Er machte später eine Solo-Karriere und wurde recht berühmt.