Ontem, em São Paulo, três confecções que prestam serviço à Zara foram flagradas explorando o trabalho de bolivianos. Trabalho escravo; ou seja horas excessivas de trabalho diário, salário abaixo do praticado no Brasil e péssimo ambiente de trabalho (locais fechados sem janelas, instalações elétricas irregulares, cadeiras não adequadas, entre outros), de bolivianos em SP não é novidade. A novidade é a maior rede de fast fashion do mundo trabalhar com colaboradores que exploram o trabalho escravo. Mas não será por isso mesmo que faturam tanto e são gigantes?
A outra gigante do fast fashion, a H&M, já enfrentou um escândalo ano passado por causa de sua linha de roupas “100% orgânica” que tinha algodão geneticamente modificado em sua composição. Fora as acusações de trabalho escravo em Bangladesch (veja o video no final do texto).
No ano passado um ex-diretor da Ikea (maior grupo mundial de comércio de móveis) lançou um livro que abalou o império ikeaneano. Em Sanningen om Ikea (The Truth About Ikea), o autor Johan Stenebo traça um retrato de Ingvar Kamprad, o icônico dono da Ikea, pouco admirável. Kamprad, um dos homens mais ricos do mundo, sempre apareceu em reportagens como um trabalhador que valoriza as coisas simples da vida. Além de se locomover num Volvo velho, mora numa casa muito simples e tem em sua sala dois sofás da Ikea com mais de trinta anos de uso. Claro, a ótima qualidade dos móveis da Ikea faz com que as peças durem aaaaanos. Sua vida é espartana: trabalha duzentas mil horas por semana e detesta luxos.
Johan Stenebo descreve o ex-chefe como um trabalhador incansável – sim – mas também um marketeiro muito cara de pau e mentiroso. Segundo o autor, apesar da Ikea empregar muitos estrangeiros nas lojas, o mesmo não acontece nos cargos administrativos, ou seja , onde ninguém vê. Os filhos de Kamprad, que ocupam altos cargos na empresa, são descritos por Stenebo como racistas e sexistas ao extremo.
A Ikea já foi envolvida em escândalos financeiros na Russia e na Alemanha. Na Suíça, um documentário mostrou que boa parte da madeira usada nos móveis vêm do norte do Vietnã (não, a madeira não vem de reflorestamento escandinavo) e que é comprada a preço de banana.
Kamprad, assim como outros super ricos do mundo inteiro escolheu a simplória Suíça para morar. Atraídos pelas vantagens ficais, 1 em cada dez bilionários do mundo vive aqui. Oficialmente, porque de fato, ninguém mora de verdade aqui. Os bilionários só querem ganhar mais e pagar menos impostos.
Melhor mesmo é comprar pouco e só o que realmente precisa porque no fim todo mundo está te enganando. Se os gigantes dos fastqualquercoisa trabalham assim, imaginem como trabalha o mercado de alto luxo. Por mais artesanal que seja seu feitio, com certeza nenhuma bolsa do mundo vale um, dois, três mil euros. Não deve custar nem um milésimo do preço final para ser produzida. E vai saber em quais condições é feita.
A Zara engana:
A H&M engana:
A Ikea engana também:
Zara, Ikea, H&M: alle führen dich an der Nase herum
Gestern gingen der Polizei in Sao Paulo drei Zulieferer von Zara in die Fänge, welche bolivianische Fabrikarbeiter ausbeuten. Sklavenarbeit, zu lange Arbeitszeiten, Gehälter weit unter dem vorgeschriebenem Minimum und schlechte Arbeitsbedingungen (geschlossene Räume ohne Fenster, verbotene elektrische Einrichtungen, nicht passende Stühle und anderes) sind für Bolivianer in SP nichts Neues. Neu ist die Tatsache, dass die grösste Kleiderkette der Fast Fashion Welt mit Leuten zusammenarbeitet, die Sklavenarbeiter halten. Aber sind sie nicht gerade darum derart gigantisch und günstig?
Der andere Gigant in der Fast Fashion Welt ist H&M. Vor einem Jahr gab es bei H&M einen riesigen Skandal wegen ihrer Linie “100% organisch”, nachdem sich herausstellte, dass die Baumwolle genetisch verändert war. Dazu kam noch die Entdeckung der Sklavenarbeit in Bangladesch (seht euch das Video an am Ende des portugiesischen Textes).
Im vergangenen Jahr kam ein Buch eines Ex-Direktors der Ikea (die grösste Möbelhandelskette der Welt) auf den Markt, welche das Unternehmen erschütterte. In seinem Buch, “The Truth About Ikea”, zeichnet der Autor Johan Stenebo ein nicht gerade schmeichelhaftes Portrait von Ingvar Kamprad, dem Gründer und Besitzer der Ikea. Kamprad ist einer der reichsten Männer der Welt, erscheint aber immer wieder in Reportagen als ein Arbeiter, der die einfachen Dinge im Leben schätzt, mit einem alten Volvo herumfährt, in einem ganz gewöhnlichen Haus lebt und in seinem Wohnzimmer zwei dreissigjährige Sofas von Ikea hat. Ja sicher, die einwandfreie Qualität der Ikea-Möbel sorgt ja auch dafür, dass sie Jaaaaahre halten. Er lebt spartanisch, arbeitet 200’000 Stunden pro Woche und hasst den Luxus.
Johan Stenebo beschreibt seinen Ex-Chef als unermüdlichen Arbeiter, das ja, aber auch als einen guten Marketingstrategen, der die Leute an der Nase herum führen kann und unehrlich ist. Laut dem Autor sind nebst den Ikea-Angestellten oft viele Ausländer schwarz angestellt, vor allem dort, wo sie niemand sieht. Die Kinder von Kamprad werden von Stenebo als extreme Rassisten und Sexisten beschrieben.
Die Ikea war auch schon in Finanzskandale in Russland und Deutschland verwickelt. Eine Dokumentation brachte auch zum Vorschein, dass ein Grossteil des Holzes von Ikea aus Nordvietnam stammt (es kommt also nicht aus dem wieder aufgeforsteten Skandinavien), wo es auf Grund der Zwangsarbeit zu Spottpreisen gekauft werden kann.
Komprad wählte auch, wie viele Reiche, die bescheidene Schweiz als Wohnsitz (10% der Milliardäre leben hier, wohl auch angezogen durch die finanziellen Vorteile). Ob dann der offizielle Wohnsitz auch der effektive ist, sei dahingestellt, Fakt ist aber, hier können die Superreiche ihre Steuerabgaben mit den Wohngemeinden aushandeln.
Es ist wohl besser nicht allzu viel zu kaufen, nur was benötigt wird, am Ende sind alle Betrüger. Sind die Giganten der “Billigirgendetwas” so, stellt man sich besser nicht vor, wie es wohl um den Luxussektor steht. Je mehr Handarbeit in einer Tasche steckt, umso weniger glaubhaft ist ein Preis von 2000-3000 Euros. Sie wird wohl kaum ein Tausendstel seines Verkaufspreises in der Produktion gekostet haben. Wer weiss, unter welchen Arbeitsbedingungen solche Taschen gefertigt werden …