Vida na Suíça:
O dia mais feliz do ano, onde eu moro, geralmente é no fim de junho (pode ser também no início de julho), sexta-feira à tarde, primeiras horas das férias de verão. Tem uma festa grande na cidade que dura de sexta à tarde até domingo no fim do dia. Barracas com comidas variadas, algodão doce e maçã do amor, num palco pequeno uma banda se esganiça, num outro um monte de velhinhos fazem coro em músicas tradicionais. Tem um parque de diversões comandado por ciganos com carrossel, tiro ao alvo e dois brinquedos desses que sobem, giram, metem medo e todo mundo grita. E tem o Bruno, um senhor com uma moto vintage espetacular. Bruno fica no cantinho dos carros antigos. Qualquer um pode pagar para dar uma volta. Tem ônibus antigo, jeep de guerra, conversíveis vermelhinhos com estofado creme cheiroso. A renda vai para uma instituição onde crianças com deficiências variadas vivem e estudam, a mesma que monta o stand onde tentamos acertar a cara do Pato Donald com bolas de meia. Bruno tem aquele anexo acoplado na moto onde cabem duas pessoas. Eles nos leva, eu e minha filha, pelo caminho mais longo porque sabe que é esse que a gente gosta. O vento bate suave no rosto. Fazendas, riachos, plantações esculpindo os morros com girassóis. A paisagem fica toda embaralhada na velocidade do olhar, num monte de verde e ar fresco,. É possível fechar os olhos, marcar a memória e sentir a felicidade que só o primeiro dia de férias é capaz de oferecer.
Essa felicidade é tão efêmera quanto pode ser e logo vêm aqueles dias em que o sol some cedinho e as noites, longuíssimas, nos lembram que quem manda é a realidade.
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