Archive | October, 2011

Só no sapatinho

25 Oct

Quem mora há muito tempo fora do Brasil sabe como é. A saudade faz a gente fazer coisas que nunca faríamos se estivessemos no próprio país. Show de pagode, apresentações de capoeira e feijoadas beneficentes são só algumas coisas que a gente passa a consumir só porque não está no Brasil.

Anos atrás, num processo obrigatório, contratei uma tradutora para traduzir toda minha documentação brasileira antes de casar. Cristina era do interior de São Paulo, tinha morado na capital para fazer faculdade e morava na Suíça há quase vinte anos. Ela era inteligente, culta e muito, muito discreta. Ruiva, magrinha, ela tinha a pele translúcida. Falava baixo, não cometia nem um errinho gramatical, gostava de literatura latino americana e teatro alemão. Todas as vezes que eu fui na casa dela dava para escutar uma música ambiente baixinha, quase inaudível, devia ser Enya, que ao lado dos óleos essenciais aquecidos dava o toque de calmaria – esotérica – no apartamento. Divorciada, quase cinquenta anos, vivia com os dois filhos adolescentes.

Além do pagode, da capoeira e da feijoada, outros dois eventos fazem a brasileirada sair da toca. Copa do Mundo nem se fala. É tanto batuque, tanta caipirinha que ninguém vê é nada. É um tal de perguntar “ o que foi, o que foi?” sem parar. Ninguém sabe se o Brasil fez ou levou gol. No fim, Brasil perdendo ou ganhando rolava festa até de madrugada. Perdendo ou ganhando, rolava choro.

Mas é no Carnaval que a pantera guardada dentro dos corações brasileiros salta para fora selvagem e com fúria . É muita alegria e muita saudade para extravasar.

Quase todo desfile de Carnaval aqui tem uma “escola de samba” de brasileiras. Geralmente, em fevereiro ou março, época de Carnaval, temos as temperatutas mais baixas do ano. É frio de rachar. Só o vento já faz o maxilar travar. Mas as brasileiras não ligam. Enquanto todo mundo veste roupas medievais e as crianças estão fantasiadas de bichinhos peludos, as brasileiras vêm de biquini, aquecidas pelas caipirinhas e pelo sentimento incontrolável da saudade.

Pois foi bem lá no meio da “escola”, onde as mulheres sambavam com a bunda na cara dos atônitos espectadores e os suíços destroçavam os instrumentos de percussão como se fossem crianças brincando com as panelas da mãe que ela surgiu. Quase caí para trás quando vi minha tradutora toda suada com uma bandana na cabeça e a camiseta amarrada com um nó.

Ela era a única que tocava tamborim direito. Na verdade ela tocava muito bem. E agora dá para esperar o Carnaval, sem ter que matar saudades no pagode, só para ver Cristina passar sambando.

Wer längere Zeit fern von seiner Heimat lebt, weiss wie es ist. Das Heimweh lässt uns Dinge tun, die wir dort nie machen würden. Sich eine Pagode-Show ansehen, Vorstellungen von Capoeira besuchen oder Bohneneintöpfe an gemeinnützigen Veranstaltungen essen gehen. Das sind nur ein paar von vielen Dingen, die ich wohl nur darum gemacht habe, weil ich nicht mehr in Brasilien lebe.

Vor einigen Jahren, vor meiner Heirat, brauchte ich für die Übersetzung meiner brasilianischen Dokumente eine Übersetzerin. Cristina stammt aus dem Hinterland von Sāo Paulo, sie lebte später in Sāo Paulo, absolvierte dort eine höhere Schule und wohnte damals schon fast 20 Jahren in der Schweiz. Sie war klug, gebildet und sehr, sehr diskret. Rote Haare, dünn und mit durchschimmernd weisser Haut. Sie sprach leise, machte keinen einzigen grammatikalischen Fehler bei der Aussprache, liebte die lateinamerikanische Literatur und das Deutsche Theater. Immer wenn ich bei ihr zu Hause war, lief im Hintergrund leise, fast unhörbar, Musik, wahrscheinlich von Enya. Zusammen mit dem sanft verströmten Duft erwärmter ätherischer Öle gab diese Musik der Wohnung einen (esoterischen) Anstrich von Ruhe. Geschieden, an die 50Jahre alt, lebte sie, zusammen mit ihren zwei adoleszenten Söhnen in dieser Wohnung.

Abgesehen vom Pagode, Capoeira und Bohneneintopf gibt es noch zwei weitere Anlässe, wo alle Brasilianer aus ihren Löchern kriechen. Die Fussball-Weltmeisterschaft wohl allem voran. Derart viel Getrommel und Caipirinha, dass man von Rest fast nichts sieht. Dauernd hört man: “Was ist passiert, was ist passiert?” Niemand weiss, ob Brasilien ein Tor geschossen hat oder eines bekommen hat. Am Ende wird bis zum Morgen früh gefestet, ob nun Brasilien gewonnen hat oder nicht. Ob gewonnen oder verloren, geweint wird auf jeden Fall.

Zur Sache geht es aber erst recht zur Fastnachtszeit. Hier springt der tief im Herz schlummernde brasilianischen Panther wild entfesselt aus seinem Versteck hervor. Es gibt viel gespeicherte Sehnsucht und Fröhlichkeit zu verteilen.

Fast jeder Fastnachtsumzug hier hat auch eine brasilianische Sambaschule drin. Zur Fastnachtszeit, meist im Februar oder März, sind hier zu Lande die Temperaturen am tiefsten. Es ist eiskalt, nur der Wind alleine schon lässt die Zähne klappern. Doch die Brasilianer scheint dies nun nicht zu kümmern. Während sich alle andern in Verkleidungen aus dem Mittelalter hüllen und ihre Kinder in warme pelzige Tierkostüme stecken, kommen sie im Bikini, gewärmt durch die Caipirinhas und den nun unkontrollierbaren Gefühlen der Sehnsucht.

Genau da entdeckte ich sie, mitten in einer Sambaschule, dort wo die Frauen mit wilden Sambabewegungen ihre Hintern Richtung erstaunte Zuschauer schwangen und die Schweizer auf ihre Trommeln schlugen, als wären sie spielende Kinder, die von der Mutter Kochtöpfe und Rührstäbe bekommen hätten. Ich fiel fast um als ich sie sah. Ganz verschwitzt, mit einem Kopftuch und einem hinten mit einem Kopf zugemachten Shirt , war da mitten drin meine Übersetzerin.

Sie trommelte als einzige korrekt. Eigentlich trommelte sie sogar sehr gut. Nun brauche ich Sehnsucht und Heimweh nicht mehr mit Pagode zu stillen, ich warte einfach, bis Cristina mit ihrer Sambaschule wieder kommt.

Suíça: a extrema-direita caiu mas continua dominando

24 Oct

A extrema-direita suíça representada pelo partido SVP (ou UDC na Suíça francesa) continua poderosa mas um pouquinho menos. Graças a Deus. O maior partido político suíço é abertamente xenófobo, racista, machista, anti-Islã, ultra-conservador e anti- União Européia. As idéias e as campanhas do SVP são de extremo mau gosto e agressivas.

As eleições ontem , onde votamos nos representantes legislativos federais – ou no Brasil, os deputados federais e os senadores- marcaram a ligeira queda do SVP na preferência nacional. A projeção do partido dizia que eles teriam mais de 30% dos votos mas pela primeira vez em vinte anos, o SVP perdeu 2,3% de eleitores e sete deputados na Câmara. Apesar da queda, o SVP continua sendo o partido mais poderoso da Suíça, agora com 54 deputados na Câmara. É muito. Ao todo são 200 deputados. O que não é ocupado pelo SVP é dividido entre partidos de centro-direita (a maioria), de esquerda e os verdes que perderam várias cadeiras na Câmara.

Ainda é muito cedo para comemorar. Um dos partidos que teve um grande aumento de eleitores – cresceu mais de 5 % – é exatamente o BDP, uma dissidência do SVP.

O partido Pirata e o dos Animais  e também os Secondo Plus, grupo que representa o interesse dos estrangeiros, não conseguiram eleger ninguém.

Barbaridade

21 Oct

Pior do que assistir a festa pela morte, de quem quer que seja, só o desconforto de assistir todo mundo filmando e fotografando a agonia e a morte. Primeiro foi a execução do Saddam Hussein. As imagens dele sendo enforcado passaram dezenas vezes nas emissoras de televisão e na Internet então, nem se fala, podiam ser vistas milhares de vezes. As ruas tomadas por jovens sorridentes comemorando a morte do Bin Laden também foram assustadoras. E ontem mais assustador ainda com o Gaddafi. As imagens da agonia do ditador líbio e as fotos dos rebeldes fotografando o corpo de Gaddafi são desconcertantes.

É como se agora as exceções virassem regras. As mortes não têm mais privacidade e dignidade. Ninguém mais tem julgamento? E se tem, tem que ser como no caso do Saddam, arcaico  e vergonhoso. Quanto mais violência, mais barbárie, melhor. No caso dos ditadores parece que o show da morte tem que se igualar a eles em truculência e em horror. A audiência deve subir e muito. E pior ainda: ninguém nem sabe mais se as imagens são reais ou manipuladas ou um pouco de tudo. Daqui a pouco vão criar editores de filmes e fotos que já vêm com efeitos mórbidos.

No Brasil a mídia ainda previne. Muitos sites vêm com um aviso sobre o conteúdo de fotos e filmes. Como se o aviso tirasse a culpa do veículo de banalizar a morte. Aqui não. Ninguém precisa procurar nada. A morte é oferecida de bandeja como prato principal.  E quando digo aqui me refiro a Suíça e a Alemanha porque a Suíça sozinha não produz nem um décimo da mídia consumida no país. O negócio é e está ficando cada vez mais escancarado.

Esta semana vários sites de grandes jornais mostravam como chamada principal, além da matéria sensacionalista sobre o velejador alemão  supostamente comido por um canibal,  o video da menininha chinesa de dois anos que foi atropelada e ficou largada agonizando no chão enquanto as pessoas passavam e não faziam nada. Uma coisa horrorosa. Estava lá, e ainda deve estar, para quem quisesse ver. Entrou para os top qualquer coisa e não saiu mais. Talvez os pais desta criança nem saibam que o espetáculo monstruoso da morte de sua filha roda o mundo fazendo sucesso.

Os videos de acidentes de carro com mortos também pipocam a toda hora nos sites de notícias com imagens impressionantes. Se o show da morte de uma figura pública já é horrível, o de “qualquer um” é mais horrível ainda. Eu não gostaria de saber que a dor e o horror de alguém que eu conheço está entretendo um outro alguém em alguma parte do mundo. As pessoas estão ficando tão acostumadas que nem ligam mais. Está ficando banal. Cada vez viramos mais nada.

Barbarei

Schlimmer als die Freudenfeste um den Tod sich anzusehen, von wem auch immer, ist nur das Unbehagen, zu sehen, wie die Agonie und der Tod gefilmt und fotografiert wird. Angefangen hat es mit der Hinrichtung von Saddam Hussein. Die Bilder des Erhängten wurden von zig Fernsehstationen und über das Internet ausgestrahlt und wohl von Millionen von Schaulustigen betrachtet. Auch die Bilder von den lachenden jungen Leuten, welche den Tod von Bin Laden feierten, waren erschreckend. Und vor kurzem nun die noch schrecklicheren Bilder von Gaddafi. Die Bilder des libyschen Diktators und seiner Agonie und die Fotos der Rebellen, die den toten Körper von Gaddafi fotografieren, sind bedrückend.

Es ist, als würde nun die Ausnahme zur Regel werden. Es gibt keine Würde und Privatsphäre für Tote mehr. Gibt es denn keine Gerichtsverfahren mehr? Und wenn es sie gibt, müssen sie dann so sein, wie im Fall von Saddam, archaisch und peinlich? Je gewalttätiger, je barbarischer, umso besser. Es scheint, als habe sich die “Show des Todes” bei Diktatoren, der Brutalität der Personen anzupassen. Die Zuschauerzahlen werden wohl dadurch deutlich gesteigert. Schlimmer noch: Niemand weiss mehr, ob die Bilder überhaupt authentisch oder manipuliert sind, oder allenfalls nur halbauthentisch. Bald wird es wohl schon Editoren geben, die ihre Filme und Fotos mit morbiden Effekten anreichern.

In Brasilien warnen die Medien vorgängig. Viele Seiten kommen mit einem Hinweis über den Inhalt der Bilder und Filmbeiträge. Wie wenn dieser Hinweis die Schuld der Verharmlosung des Todes beseitigen könnte. Hier ist dem nicht so. Niemand muss etwas suchen, der Tod wird in den Medien präsentiert wie ein Hauptgericht beim Essen. Wenn ich hier schreibe, so meine ich die Schweiz und Deutschland, da die Schweizer Medien alleine nur etwa einen Zehntel der hier konsumierten Medien ausmachen. Die Berichte über den Tod werden immer ausführlicher und unzensierter.

Diese Woche zeigten diverse Zeitungsseiten als Hauptschlagzeile, abgesehen von den Sensationsberichten über den verschollenen deutschen Segler, der von einem Kannibalen gefressen worden sein soll, einen Video, auf dem zu sehen ist, wie ein zweijähriges chinesisches Mädchen überfahren wird und danach in ihrem Todeskampf einfach auf der Strasse liegen gelassen wird, während Passanten nichts machen und einfach vorbei gehen. Unbeschreiblich schrecklich. Der Video wird wohl noch immer auf dem Internet für jedermann zugänglich sein. Wurde zum Topvideo und verschwindet nun nicht mehr. Vielleicht wissen die Eltern dieses Kindes nicht einmal, dass dieses monströse Spektakel zu einem weltweiten Erfolg wurde.

Videos über Autounfälle mit tödlichem Ausgang tauchen auch immer wieder mit eindrücklichen Bildern auf Internetseiten von Nachrichtenmedien auf. Wenn die Show über den Tod einer Persönlichkeit des öffentlichen Lebens schon schrecklich ist, so ist es die einer beliebigen Person erst recht. Ich will nicht wissen, wie der Schmerz und der Horror einer Person, die ich kenne, eine andere Person irgendwo auf dieser Welt unterhält. Die Menschen sind schon derart an solche Dinge gewöhnt, dass sich niemand mehr darüber aufregt. Es wird langsam banal. Menschenleben sind jedes Mal etwas weniger wert.

A marcha dos contentes

17 Oct

Ta saindo filho? Leva um casaquinho que agora já ta frio. Ah! Leva também o cacete caso algum grego  te aporrinhe. Nunca se sabe!

Em quase todas as reportagens sobre os protestos ocorridos em mais de oitenta países, no final de semana, aparece um jovem – ele pode ser americano, espanhol, alemão ou de qualquer outro lugar – falando uma variação da mesma coisa : se tanta gente é contra alguma coisa e só alguns decidem os rumos de todos, isso então não é democracia.

Será ?

Um conhecido meu, suíço, músico, casado com uma funcionária da Anistia Internacional dizia alguns anos atrás que nunca que a Suíça proibiria a construção de minaretes, nunca que o partido de extrema-direita seria tão poderoso, entre outros “nunca”  porque ele vivia em um mundinho onde todo mundo era artista, jovem e ainda cheio de ideais. E eu dizia que nunca que ele estava certo.

Nas democracias é o povo que escolhe os governos. Aí é que mora o problema. Quando a gente vive em um certo meio, começamos a achar que todo mundo é assim porque a gente é assim. Mas não é.  Aqui por exemplo. Boa parte do povo vota nos partidos de extrema-direita porque eles odeiam estrangeiro, odeiam muçulmanos, odeiam ciganos, são super machistas e reacionários. Mas se você não convive com essas pessoas, que sao pessoas normais com as quais todo mundo cruza o dia inteiro; e só convive com seu grupinho de amigos com quem divide afinidades, acaba achando que essas pessoas, a grande maioria, nem existe.

Aqui na Suíça, país onde as instituições financeiras quase que se confudem com o próprio governo, as manifestações foram muito tímidas. Um grupo de umas mil pessoas se postou diante da sede do UBS em Zurique ontem à tarde. Em comparação com outros países, a Alemanha também teve protestos modestos. A maioria dos manifestantes era jovem ou muito jovem. Como sempre quem chamou mais a atenção e saiu em todos os jornais foi uma mulher pelada com dizeres contra o capitalismo pintados pelo corpo.

O negócio pegou fogo mesmo foi na Italia e na Espanha, países com altos índices de desemprego e muito afetados pela crise. Aliás a cobertura jornalística deu grande destaque a “baderna”  italiana porque para muito gente, italiano só sabe mesmo fazer bagunça. Assim como os gregos e os espanhóis, todos uns folgados. Muita gente acha que se a Espanha e a Grécia estão em crise é porque são países de gente mole, preguiçosa. E os trabalhadores esforçados alemães têm que sustentar esses párias.

O problema é que nem adianta mais ser contra o governo ou o capitalismo. Quem faz o sistema financeiro funcionar como funciona são as pessoas por aí. O povo. Converso com gente que mal sabe dos protestos ocorridos no final de semana. Mas se você perguntar sobre o caso do velejador alemão desaparecido numa ilha do Pacífico todo mundo arregala os olhos e passa a te contar todos os detalhes. A imprensa popular deu muito mais destaque a essa história que aos protestos.  E ao invés de escreverem que ele pode ter sido morto por um psicopata, preferiram escrever que ele foi comido por um canibal. Como se na ilha onde ele desapareceu todo mundo comesse gente.

Desse jeito, podem protestar mil vezes que absolutamente nada vai mudar. Periga é piorar. A marcha dos não indignados acontece todo dia, aos montes.

Gehst Du aus mein Sohn? Nimm eine Jacke mit, es ist schon kalt. Ah! Nimm auch gleich den Knüppel mit, für den Fall, dass dich ein Grieche belästigt. Man weiss nie!

In fast allen Berichten, wo über die anhaltenden Proteste gegen das Finanzsystem in über 80 Ländern berichtet wird, erscheint ein junger Mann – könnte ein Amerikaner, Spanier, Deutscher oder aus irgend einem andern Land sein – mit in etwa immer der gleichen Aussage: Wenn doch so viele Leute gegen irgend etwas sind, nur ein paar wenige aber die Richtung aller bestimmen, so ist das keine Demokratie.

Ist da was dran?

Ein Bekannter von mir, ein Schweizer, Musiker, verheiratet mit einer Mitarbeiterin von Amnesty International, sagte mir vor ein paar Jahren mal unter anderem, dass die Schweiz nie den Bau von Minaretten verbieten wird und dass hier eine politisch ganz rechts liegende Partei nie mächtig werden wird. Dieses “nie” kam unter anderem, da er in seiner eigenen Welt lebt, einer Welt in der es fast nur Musiker gibt, jung dazu und noch voller Ideale. Ich sagte nie, er habe Recht.

In einer Demokratie wählt das Volk die Regierung. Un da liegt das Problem. Lebt man in einem bestimmten Umfeld, beginnt man mit der Zeit zu denken, dass alle so sind, wie die Leute in diesem Umfeld. So ist es aber nicht. Ein Beispiel von hier: Ein beträchtlicher Anteil der Bevölkerung wählt ganz rechts. Ganz einfach darum, weil sie keine Ausländer mögen, keine Muslime oder Zigeuner hier haben wollen und sehr machistisch und reaktionär denken. Hat man im täglichen Leben keinen näheren Kontakt mit solchen Leuten, die im Übrigen ganz normal sind, sondern lebt nur im Umfeld seiner Freunde, mit denen man Gemeinsamkeiten teilt, kommt man zum Schluss, dass der Rest, die grosse Mehrheit eigentlich, gar nicht existiert.

Hier in der Schweiz, wo die Finanzinstitute sich schon fast für die Regierung halten, fielen die Proteste sehr verhalten aus. Eine Gruppe von etwa 1000 Personen postierte sich am vergangenen Wochenende vor dem Hauptsitz der UBS in Zürich. Im Vergleich zu andern Ländern waren auch die Proteste in Deutschland zaghaft. Die grosse Mehrheit der Protestierenden war jung bis sehr jung. Wie immer machte eine nackte Frau die grössten Schlagzeilen und erschien mit ihren am ganzen Körper aufgemalten Sprüchen gegen den Kapitalismus in allen Zeitungen.

Wirklich grosse Proteste gab es in Italien und Spanien, zwei von der Krise stark betroffene Ländern mit hoher Arbeitslosenrate. Ausserdem legten die Berichterstattungen grossen Wert auf die italienische “Aufregung”. Für viele Leute können die Italiener ja gar nicht anders, sie müssen dauernd ein Durcheinander veranstalten. Aber eigentlich sind sie in deren Augen, wie auch die Griechen und Spanier, nur zu faul, um zu Arbeiten. Viele Leute glauben, dass Griechenland nur darum in einer Krise steckt, weil dort die Leute zu wenig hart zu sich selber sind und die Arbeit scheuen. Und die hart arbeitenden Deutschen müssen dann diese Ausgestossenen durchfüttern.

Das Problem ist, dass es gar nichts mehr nützt, gegen eine Regierung oder den Kapitalismus zu sein. Diejenigen die dieses Finanzsystem am Laufen halten, das sind die Leute selbst, das Volk. Ich spreche mit den Leuten und stelle fest, dass sie kaum etwas wissen über die laufenden Proteste. Kommt man aber auf den Fall des verschollenen deutschen Seglers irgendwo auf einer Pazifikinsel, so wissen alle Bescheid, jedes Detail kennen sie. Die Boulevardzeitungen schenkten dieser Geschichte wesentlich grössere Aufmerksamkeit als den Protesten. Und anstatt zu schreiben, dass er höchstwahrscheinlich durch einen Psychopaten ermordet wurde, bevorzugen sie die Aussage, dass er von Kannibalen aufgefressen wurde. Als ob die Menschen auf der Insel, auf der er verschollen blieb, alles Menschenfresser wären.

Darum kann man noch 1000 Mal protestieren und es wird sich nichts ändern. Gefahr sieht anders aus. Der Marsch der “Nichtempörten” geht in Massen täglich weiter.

Kraftwerk

16 Oct

Começou ontem a exposição Kraftwerk – 3D Video Installation em Munique, Alemanha. Pela primeira vez a banda, pioneiríssima da música eletrônica, ganha não só uma retrospectiva sonora mas também visual com videosinstalações em 3 D. Quem teve sorte conseguiu comprar ingressos para as duas apresentações , também em 3 D, que ocorreram nos dias 12 e 13 últimos.

Kraftwerk no show do dia 13:

Kraftwerk em 1978:

Kraftwerk 3 D Video-Installation

Alten Kongresshalle München

15/10 até/ bis 13/11 2011 / Terça a domingo das 10h – 22h / Di – So 10 – 22 Uhr

Eleições

9 Oct

– Se você votar em mim voltaremos a morar no mato,  a comer batata em todas as refeições e morrer com quarenta anos.

O sistema político suíço é interessantíssimo. Na democracia direta, votamos para tudo. Qualquer um pode propor ou embargar legislações. Basta ter mais de 18 anos e possuir a cidadania suíça para lançar uma iniciativa. Se a pessoa conseguir reunir mais de cem mil assinaturas que aprovam certa proposta, a mesma será votada nacionalmente. Quem não está satisfeito com alguma lei existente também pode tentar anulá-la. Para o referendo são necessárias cinquenta mil assinaturas. O ano todo chegam referendos – as cédulas de votação vêm e vão pelo correio – sobre qualquer coisa para serem votados. Chega a encher o saco.

No próximo dia 23 votaremos nos deputados – cuja Câmara representa o povo – e nos dois representantes cantonais (estaduais). São eles que aprovam as leis, fiscalizam o governo e escolhem os sete conselheiros federais – com poderes iguais e cada um representando uma pasta – que se revezam no papel de chefes de estado.

Os cartazes com os candidatos estão espalhados por todos os lugares. Até os jornais, que parecem que estão se lixando para a aparência de neutralidade, publicam propaganda política. Tem candidato de todo o tipo, afinal qualquer um com mais de dezoito anos e passaporte suíço pode se candidatar a uma vaga de deputado. E eu já sei o que fazer daqui uns anos.

Este ano a novidade é a diversidade. O Partido Pirata, que começou na Suécia, cresceu pelo mundo e já tem 57 candidatos nesta eleição suíça. Defendem a liberdade da Internet. São contra as leis de copyright – pretendem o acesso livre a cultura – e a favor da inclusão digital. Basicamente tratam disso. O Partido dos Animais da Suíça, que defende os interesses dos animais é outro partido muito interessante mas também bastante limitado. Tem também os Secondos Plus, grupo filiado a outros partidos, com candidatos que pretendem cuidar dos interesses dos imigrantes. A presença de muitos Mohammed como segundo nome dos candidatos já deve provocar medo em muita gente.

Outra coisa que chama a atenção é o hábito, ridículo, de escrever “Dr” antes dos nomes. No começo eu achava que a Suíça era o país dos médicos. Agora aprendi que tanto aqui, como na Alemanha, o título de doutor em qualquer coisa é super valorizado. Não é difícil, ao ler uma revista qualquer, se deparar com uma foto de uma socialite numa festa com a legenda ” Dr. XXXX se esbalda na Oktoberfest”. Pode ser doutor em qualquer coisa, o que importa é ostentar o título.

E o que dizer dos flyers dos candidatos? Os textinhos das legendas ultra-conservadoras embaixo das fotos de vários candidatos fazem questão do ” casado, pai de três filhos”, “casada, mãe de dois filhos”…. Democracia moderna mesmo só quando vier escrito “na caça” ou ” casado com outro homem”. Ou ainda quem sabe “gay, negra, muçulmana e pobre, é nóis”.

Pior que tudo mesmo são os candidatos que posam para as fotos com trajes típicos da Suíça rural. Engraçadinhos esses. Querem que tudo seja como há cinquenta anos atrás mas quando precisam correm para os hospitais super modernos e bem equipados de Zurich onde quase todos os médicos são… estrangeiros! A Liga do Norte, partido mais horroroso da Italia, também adora pagar mico e se fantasiar. E o terrorista norueguês que tinha fotos no Facebook vestido de viking e de cavaleiro medieval? Como uma mensagem de tradição e conservadorismo pode ser tão ridícula? O SVP (ultra-direita suíça) adora esse tipo.

Agora medo mesmo eu tenho é de um poster na entrada de Wettingen. É de um candidato do SVP, claro,  com um sorriso assustador. Você votaria em alguém chamado Joãozinho Assassino? Pois é.  Se eu fosse o Hans Killer já tinha arrumado um “nome fantasia” há tempos.

Wahlen

– wenn ihr mich wählt, werden wir wieder im Wald wohnen, täglich Kartoffeln essen und mit 40 Jahren sterben.

Das politische System der Schweiz ist äusserst interessant. Per Direkter Demokratie stimmen wir hier über alles ab. Jeder hier kann per Initiative ein neues Gesetz vorschlagen. Man muss einfach 18 Jahre alt sein und das Schweizer Bürgerrecht besitzen. Gelingt es 100’000 Unterschriften zu sammeln, kann sogar national darüber abgestimmt werden. Ist man mit einem Gesetz nicht einverstanden, kann man auch versuchen, dieses streichen zu lassen. Für ein Referendum sind 50’000 Unterschriften nötig. Das ganze Jahr über kommt es immer wieder zu Abstimmungen – die Wahlformulare kommen per Post und können auch per Post wieder abgesendet werden – und über alles kann abgestimmt werden. Es gibt so viele Abstimmungen, dass man teilweise sogar genug davon hat.

Am kommenden 23. werden die Abgeordneten der beiden Kammern gewählt – die Vertreter des Nationalrats und des Ständerats. Sie werden später die Gesetze genehmigen, die Regierung beaufsichtigen und die sieben Bundesräte wählen, die unter sich gleich gestellt sind und verschiedenen Departementen vorstehen.

Die Wahlplakate der Kandidaten hängen schon überall. Auch in den Zeitungen findet man Wahlanzeigen. Die Neutralität scheint Schweizer Zeitungen nicht wichtig zu sein. Kandidaten findet man von jeglicher Art, schliesslich kann sich ja jeder über 18 Jahren mit Schweizer Pass für einen der freien Plätze aufstellen lassen. Ich weiss schon heute, was ich in einigen Jahren machen werde.

Speziell ist dieses Mal die grosse Vielfalt. Die Piraten Partei, die seinen Ursprung in Schweden hat, wuchs weltweit und hat nun auch schon 57 Kandidaten bei den kommenden Schweizer Wahlen. Sie verteidigen die Freiheit des Internets, sind gegen die Copyright-Gesetze, möchten den freien Zugang zu Kultur für Jedermann und die digitale Integration. Die Tierpartei Schweiz, welche die Rechte und Interessen der Tiere vertritt ist eine andere interessante, wenn auch sehr limitierte Partei. Dann gibt es auch die Secondos Plus. Ihre Kandidaten geben an, sich um die Interessen und Anliegen der Immigranten zu kümmern. Die vielen Mohammeds in den Namen werden wohl Angst bei vielen Wählern hervorrufen.

Etwas anderes was mir immer aufgefallen ist, sind die lächerlichen “Dr.” vor den Kandidatennamen. Am Anfang dachte ich, die Schweiz ist das Land der Ärzte. Nun weiss ich, dass hier, genauso wie in Deutschland, ein Doktortitel für was immer auch, viel zählt. Man kann irgend eine Zeitschrift aufschlagen und findet schon in den Legenden unter den Fotos: “Dr.XXXX vergnügt sich am Oktoberfest”. Es kann ein Doktortitel in irgendwas sein, Hauptsache, man kann einen Titel vorweisen.

Und was kann man über die Flyer der Kandidaten sagen? Bei den Ultrakonservativen scheint es sehr wichtig zu sein, ob sie verheiratet sind oder Kinder haben: “verheiratet, Vater von drei Töchtern” oder “verheiratet, Mutter von 2 Kindern” … In der modernen Demokratie wäre dann auch zu erwarten “ungebunden” oder “verheiratet mit einem Mann”, oder wer weiss, eventuell “schwul, schwarzhäutig, Muslim, arm oder aus der Periperhie stammend”.

Am schrecklichsten sind eigentlich die Kandidatenfotos, bei denen die Personen in Trachten oder Kostümen posieren. Schön durchtrieben. Sie wollen, dass alles so ist wie vor fünfzig Jahren, aber wenn dann mal etwas passiert, springen sie ins Spital nach Zürich, wo dann 50% der Ärzte Ausländer sind! Die schreckliche italienische Lega Nord liebt es auch, sich lächerlich zu machen und sich zu verkleiden. Und der norwegische Terrorist, posierte er nicht auf Facebook als mittelalterlicher Ritter und Wikinger? Wie kann doch eine Botschaft der Tradition lächerlich sein. Die SVP liebt diese Art.

Angst habe ich nun wegen einem Plakat hier in Wettingen. Es ist ein Kandidat der SVP, er zeigt ein angsteinflössendes Lächeln. Aber ehrlich, kann man jemanden wählen der “Killer” heisst? Wäre ich er, ich hätte mir schon längst einen Phantasienamen zugelegt.

Arquitetura de raiz

2 Oct

Andando em círculos

2 Oct

Minha implicância com as cidades pequenas vem desde pequena. No final dos anos setenta eu frequentava muito uma fazenda em Lins. As férias eram sempre na praia, na montanha ou na fazenda. A casa da praia, da mãe, era um bangalô caiçara e a da montanha, do pai, um chalezinho “tipo suíço”. A fazenda, da família da avó, era grande e sempre cheia de gente. A casa vivia lotada de primos, tias- avós e tios- avôs. Para mim o principal atrativo da fazenda, além das garagens sombrias no final do terreirão coberto de mato, era andar de charrete. Cada um com um cavalo mais bonito e eu só queria sentar na charretinha e ser conduzida pelo menino uns anos mais velho que eu que gritava “oooia” quando batia na bunda do pangaré . Esperava a hora da charrete desde a hora que acordava. Mas para todo mundo, a maior atração era sair da fazenda e ir para a cidadezinha.

Era na cidade que tudo acontecia, mesmo que esse tudo fosse ficar numa pracinha, ou numa rua, andando em grupo ou bebendo escondido. As meninas de um lado, os meninos de outro. Todo mundo arrumadinho querendo se mostrar, impressionar. E quando as férias eram na casa da praia, o ritual se deslocava para a vila. E na casa da montanha, para o centrinho. E no fim era tudo igual, as cidades pequenas. Mas na cidade grande não. Minha turma da rua brincava na garagem do prédio, escura, mofada e fedendo a fumaça de carro. E a gente achava o máximo.

Depois eu descobri a noite de São Paulo e daí… só ladeira abaixo. Literalmente. Ficava inquieta quando ía para uma cidade pequena, não via a hora de voltar. Então, como o mundo dá mil voltas, acabei assentando numa cidadezinha muito menor que as que ficavam perto da casa da praia, da montanha ou da fazenda. Mas o incrível é que as coisas nunca mudam A época é outra, o país é outro, a cultura é outra, a língua é outra mas é tudo igual.

Assim como na fazenda, a gente aqui também come as frases. O “dia” sem o “bom”foi substituído pelo “morgen” sem o “guten” nas saudações matutinas. Assim como na vila ou no centrinho, nas cidadezinhas suíças acontecem festas nos arredores da praça ou da rua central com barraquinhas de comida tradicionais e parquinhos com brinquedos  caindo aos pedaços. Não chama festa junina, não chama quermesse, não chama festa caipira mas é igual. Os mocinhos continuam num lado, agora com as calças caindo no meio das bundas e as mocinhas continuam flertando no outro lado, agora, muitas vezes, flertando entre elas mesmas.

E eu continuo preferindo as cidades grandes mas acho uma delícia frequentar essas festas de cidade do interior,  apesar de a comida ser ótima na mesma proporção que a música é péssima. Mas o melhor dessas festas nem são as barraquinhas de comida ou os brinquedos enferrujados.  Adoro observar as pessoas. Fico sempre imaginando quem será o Sabbath ou a Laura Palmer local.

 

Im Kreis gehen

Mein Nörgeln gegen die Kleinstädte pflege ich schon seit meiner Kindheit. Ende der Siebzigerjahre ging ich oft auf eine Fazenda in Lins (Staat São Paulo). Die Ferien verbrachte ich immer am Strand, in den Bergen oder auf der Fazenda. Das Strandhaus war ein umgebautes Haus einer dort einst ansässigen Familie und gehörte meiner Mutter, das Haus in den Bergen befand sich in Campus do Jordão, war ein “schweizer Chalet” und gehörte meinem Vater. Die Fazenda gehörte den Grosseltern, war riesig und immer voller Verwandter. Cousins, Tanten und Onkel, Grosseltern, Gross-Onkel sowie Gross-Tanten. Für mich war die Hauptattraktion auf der Fazenda, abgesehen von der dunklen Garage für die landwirtschaftlichen Wagen, das Fahren auf einem Holzkarren. Alle wollten auf den schönen Pferden reiten, doch ich wollte immer nur auf diesem Karren fahren, geführt von von einem älteren Jungen, der auf dem Führerbock sass und jedes Mal “oooia” rief, wenn er mit der Peitsche über den Rücken des Zuggauls strich. Kaum aufgestanden, wartete ich schon auf die Karrenfahrt. Doch für alle war immer der Ausflug in das dortige Städtchen die Hauptattraktion.

In der Stadt lief was, auch wenn dies nur bedeutete, auf einem kleinen Hauptplatz zu sein, oder auf einer Strasse zu gehen, in Gruppen rumzuziehen oder versteckt etwas zu trinken. Die Jungs unter sich und die Mädchen unter sich. Alle fein angezogen, um sich zu zeigen, zu beeindrucken. Wenn die Ferien am Strand verbracht wurden, verschob sich das gleiche Ritual einfach in das lokale Zentrum (vila) und bei Ferien in den Bergen in das lokale Stadtzentrum. Letzten Endes lief in Kleinstädten alles immer gleich ab. So ist es aber nicht in den Grossstädten. Das beginnt schon in der frühen Kindheit. Meine Bande liebte es beispielsweise im Dunkel der Gebäudegarage zu spielen, dort wo es dunkel und feucht war und nach Autoabgasen stank. Das fanden wir das Grösste.

Danach entdeckte ich das Nachtleben in São Paulo und dann … ging es bergab, im wahrsten Sinne des Wortes. Schon bei der Fahrt in eine Kleinstadt kam Unbehagen auf, ich konnte es nicht abwarten, bis es endlich wieder zurück in die Stadt ging. Nun, wie es halt so geht und ein Leben tausend Wege bereit hält, sitze ich heute in einer Kleinstadt, viel kleiner noch als die Zentren nahe der Fazenda oder der Stadt in den Bergen. Das Unglaubliche aber ist, dass sich nichts ändert. Es ist eine andere Zeit, ein anderes Land, eine andere Kultur, die Sprache ist anders, aber alles ist gleich.

Genauso wie auf der Fazenda knabbern die Leute hier ihre Sätze an. Das “Dia” ohne “bom” wird bei der Begrüssung einfach ersetzt durch “Morgen” ohne “Guten”. Genauso wie in der “Vila” oder in den Zentren brasilianischer Kleinstädte finden auch hier die Feste in kleinen Städten auf deren Hauptplatz statt, mit Essständen voll lokaler Köstlichkeiten und Bahnen, die langsam auseinander fallen. Sie heissen zwar nicht “festa junina”, “festa caipira” oder “quirmesse” sondern Jahrmarkt, ansonsten aber ist alles gleich. Die Jungs in Gruppen auf der einen Seite, heute einfach mit herunterhängenden Hosen und die flirtenden Mädchen auf der anderen Seite, heute oft einfach unter sich flirtend.

Und ich bevorzuge noch immer die grossen Städte, finde es aber köstlich, ab und zu diese Kleinstadtfeste auf dem Land zu besuchen. Das Essen ist im gleichen Mass köstlich, wie die Musik schlecht ist. Das beste aber an diesen Festen sind nicht einmal die Marktstände mit Essen oder verrostetem Spielzeug. Ich liebe es die Leute zu beobachten. Ich frage mich immer, wer wohl hier der “Sabbath” oder die “Laura Palmer” ist.

 

 

 

 

 

 

Festa do interior

2 Oct