Há algo de muito podre no Reino Unido

21 Jul

Nuvens negras no ar: verãozaço suíço com máxima de 18°, pneumonia e a mídia mostrando seu lado monstro.

Etwas ist faul im Vereinigten Königreich

Schwarze Wolken hängen am Himmel: ein Supersommer à la Schweiz mit maximal 18 Grad, Lungenentzündung und Medien, die sich von ihrer monströsen Seite zeigen.

Aproveitando esse verão suíço ma-ra-vi-lho-so e um princípio de pneumonia, fico me deliciando com a cobertura do caso Murdoch. A nova, já velha, notícia é que os chineses estão muito orgulhosos de suas fêmeas depois que a belíssima esposa, 40 anos mais nova, de Murdoch esbofeteou o cara que tentou acertar uma torta no cidadão kane de araque durante seu depoimento no Parlamento inglês.

A sujeira toda começou a brotar e sair debaixo do tapete mais de dez anos atrás depois que a atriz Sienna Miller disse ter sido vítima de grampo em seu telefone, passou pela família real britânica (também vítima de escutas ilegais), incluíu uma horrorosa grampeada num celular de uma adolescente sequestrada e morta (onde mensagens foram apagadas criando uma falsa expectativa na família da vítima) e termina, por enquanto, com todo mundo estupefado com as sórdidas revelações de como o jornalismo (às vezes) funciona.

O caso dos mais de 4 mil grampos (escutas telefônicas ilegais) realizados pelo News of the World (que era o jornal dominical mais vendido no Reino Unido) mostrou um lado da mídia completamente nojento, asqueroso, monstruoso, manipulador e sem caráter nenhum.

Conseguir um furo de reportagem com escutas telefônicas e armadilhas (vários repórteres usavam a tática de drogar e embebedar seus convidados sem que estes soubessem se tratar de um repórter “a serviço”) é mais do que uma total falta de ética. É crime.

Tudo daria um filme nessa história e as personagens principais já são caricaturais na realidade: o velho magnata da mídia, a poderosa editora Rebeka Brooks com sua farta e gigantesca cabeleira ruiva, os atores famosos grampeados (Hugh Grant diz ter provas de escutas ilegais), a lindíssima esposa chinesa do chefão, o repórter bêbado e drogado que fez as primeiras denúncias e foi achado morto, um ex-diretor-executivo de jornal que foi consultor da Scotland Yard… as personagens reais são melhores que qualquer ficção possa criar.

E ainda prendem o Julian Assange pelo WikiLeaks. Perto de tudo isso, WikiLeaks não passa de idealismo de jovens onde tudo o que fizeram foi mostrar ao público o que existe escondido na esfera política e diplomática.

Ich nutze den wunderbaren schweizer Sommer mit einer Lungenentzündung im Anfangsstadium und erfreue mich an der Berichterstattung über den Fall Murdoch. Die neue, nun schon wieder alte, Nachricht ist, dass die Chinesen äusserst stolz sind auf ihre (instinktstarken) Frauen, nachdem die schöne Ehefrau von Murdoch (übrigens 40 Jahre jünger als dieser) den Kerl ohrfeigte, der während einer Anhörung vor dem englischen Parlament versuchte, dem falschen Citizen Kane eine Torte anzuwerfen.

Der ganze Dreck schaute schon vor mehr als zehn Jahren unter dem Teppich hervor, nachdem die Schauspielerin Sienna Miller klagte, ein Opfer einer Telefonabhörung zu sein. Danach wurde die britische Königsfamilie Opfer einer illegalen Abhörung. Es folgte die schreckliche Geschichte eines angezapften Handys einer entführten und später ermordeten jungen Frau (dort wurden sogar Kurznachrichten gelöscht, was falsche Hoffnungen in der Opferfamilie weckte). Enden tut es vorläufig mit den verwirrenden und schmutzigen Enthüllungen darüber, wie der Journalismus (manchmal) funktioniert.

Der Fall der 4000 Anzapfungen (illegale Telefonabhörungen) in Verbindung mit der News of the World (einst die meistverkaufte Sonntagszeitung in GB) zeigte die schmutzige, widerliche, monströse, manipulative und charakterlose Seite der Medien.

Wer für eine exklusive Reportage Telefone abhört oder sonstige Fallen stellt (etliche Reporter, die sich nicht als solche zu erkennen gaben, verabreichten ihren Gästen Drogen oder Alkohol), verhält sich nicht nur unethisch, sondern begeht ein Verbrechen.

Alles zusammen gäbe Material für einen Film, die Hauptfiguren sind ja in Echt schon Karikaturen: der alte Medienmagnat, die mächtige Rebeka Brooks mit ihrem vollen und gigantischen roten Haarschopf, die berühmten abgehörten Schauspieler (Hugh Grant sagt, er habe Beweise für eine illegale Abhörung), die wunderschöne chinesische Ehefrau des grossen Chefs, der betrunkene und unter Drogen stehende Reporter, der die erste Anzeige macht und später tot aufgefunden wird, ein Ex-Direktor des Journals, der Berater bei Scotland Yard war … die wirklichen Charaktere sind besser als jegliche Fiktion schaffen könnte.

Und dann nehmen sie Julian Assange von WikiLeaks fest. Im Vergleich zu all dem ist WikiLeaks nur noch jugendlicher Idealismus, dessen Verbrechen darin besteht, allen zu zeigen, was so auf der politischen und diplomatischen Bühne geheim gehalten wird.

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