O que aconteceu ontem no Japão parecia o fim do mundo. As imagens do tsunami violentíssimo arrastando tudo pela frente são chocantes. Eu, como paulistana, sempre convivi com muitos descendentes de japoneses. Para quem não sabe, o Brasil tem o maior número de japoneses depois do próprio Japão e a grande maioria deles está em São Paulo. Os paulistanos admiram muito os japoneses. Admiram a competência, a educação, a gentileza e principalmente a garra desse povo. A cultura japonesa é muito difundida em São Paulo. Os restaurantes e os karaokês vivem lotados e não são poucos. Comer sushi em SP é tão tradicional como a zopf de domingo dos suíços. Os jovens adoram os quadrinhos japoneses. A arquitetura de Ruy Ohtake, filho de Tomie, marca a paisagem de SP com a nítida influência nipônica.
Eu consigo reconhecer um japonês de cara. O turista japonês mais velho, os mais bem educados do mundo, estão sempre muito bem arrumados e com um chapeuzinho ou uma sombrinha para se proteger do sol. Os jovens são tão impecavelmente bem vestidos que dá até vergonha de ficar perto.
Um dia num ônibus em Wettingen, minha filha que está muito acostumada com os descendentes de japoneses de SP, disse bem alto: “olha mãe, aqui também tem japonesa”. Ao ouvir a frase, a senhora veio logo com a resposta em bom português: ” sou brasileira também”. Era uma senhora de SP que mora em Wettingen há muitos anos.
Ontem, fiquei lendo muitos relatos de brasileiros que moram no Japão. E um me chamou muito a atenção pois era de uma professoa de uma escola para brasileiros. Ela contava que quando o alarme de aviso de terremoto soou, os alunos, todos crianças, calmamente pegaram seus capacetes e saíram para o pátio da escola enquanto tudo tremia e desmoronava. Outros relatos contam que as pessoas que estão alojadas nos lobbys dos hotéis dispõe de um buffet organizado para servir quem precise de comida. Não há histeria, ninguém passa por cima de ninguém para poder comer ou beber. Tudo muito bem organizado e com muito respeito e isso no meio da maior tragédia do Japão.
Eu tinha uma amiga norueguesa que morou alguns anos no Japão e muitos anos na Suíça. Ela sempre dizia que os suíços eram os japoneses da Europa: metódicos até demais. E eu fiquei pensando em um texto que escrevi nesse blog sobre o alarme em caso de acidente nas usinas atômicas do Aargau. No Japão o treino para procedimentos em caso de terremoto é levado muito à sério e eles têm um kit para emergência assim como nós com nosso Iodeto de Potássio e bunkers no porão dos prédios. Mas se acontecesse um vazamento nas usinas daqui será que o comportamento dos suíços seria tão exemplar como o dos japoneses? Espero nunca vivenciar para ter a resposta…
Würden die Schweizer gleich wie die Japaner reagieren?
Was gestern in Japan geschah, glich dem Weltuntergang. Die Bilder vom gewaltigen Tsunami, der alles vor sich herschiebt sind schockierend. Als Paulistana* lebt man mit vielen Nachkommen eingewanderter Japaner zusammen. Für jene die es nicht wissen: In Brasilien leben, nach Japan selbst, die meisten Japaner und die grosse Mehrheit davon in São Paulo. Paulistanos bewundern die Japaner. Bewundern ihre Kompetenz, ihre Erziehung, ihre Freundlichkeit und den Durchhaltewillen der Japaner. Die japanische Kultur ist in São Paulo sehr verbreitet. Japanische Restaurants und Karaokelokale sind stets voll und es hat nicht gerade wenige davon. Sushi in São Paulo zu essen hat Tradition wie der Zopf am Sonntag bei Schweizern. Die Jungen lieben die japanischen Comics. Die Architektur von Ruy Ohtake, einem Sohn von Tomie, prägt dem Stadtbild von São Paulo an vielen Orten einen deutlich japanischen Stempel auf.
Ich erkenne einen Japaner sofort. Ältere japanische Touristen sind die anständigsten weltweit, stets gut gekleidet und tragen ein Hütchen oder einen Sonnenschirm, um sich vor der Sonne zu schützen. Junge Japaner sind derart gut gekleidet, dass man sich in ihrer Nähe manchmal sogar unwohl fühlt.
Einmal sagte meine Tochter, sehr vertraut mit Japanern von São Paulo, im Bus in Wettingen zu mir: “Sieh mal Mama, hier hat es auch eine Japanerin.” Als die ältere Frau dies hörte, kam sie sogleich auf uns zu und erwiderte in fliessendem Portugiesisch: “Bin auch Brasilianerin.” Es war eine Dame aus SP, die schon seit Jahren in Wettingen wohnt.
Gestern las ich viele Berichte von Brasilianern die in Japan wohnen. Einer davon weckte meine besondere Aufmerksamkeit, denn er war von einer Lehrperson einer brasilianischen Schule geschrieben. Sie schrieb, dass als der Erdbebenalarm losging, alle Kinder ganz ruhig ihre Helme aufsetzten und in den Schulhof gingen, während rundherum alles zitterte und zusammenbrach. Andere Berichte erzählten, dass Leute, die in den Lobbys der Hotels untergebracht waren, ein Buffet hatten, um diejenigen zu versorgen, die Essen brauchten. Keine Hysterie, niemand drängt sich vor um essen oder trinken zu können. Alles mit viel Respekt und sehr gut organisiert und das alles in Mitten der grössten Trägodie Japans.
Ich hatte eine Freundin, die einige Jahre in Japan und über lange Zeit in der Schweiz lebte. Sie sagte immer, dass die Schweizer die Japaner Europas seien: fast zu methodisch. Ich dachte über einen Text nach, den ich in diesem blog über einen möglichen Alarm im Falle eines atomaren Unfalls im Aargau schrieb. In Japan wird das Training für ein mögliches Erdbeben sehr ernsthaft durchgeführt und auch sie haben ein Notfallkit, wie wir es eines haben mit unseren Kaliumjodidtabletten und den Bunkern in den Kellern der Häuser. Aber wäre bei einem atomaren Leck hier das Verhalten der Schweizer genauso mustergültig wie dasjenige der Japaner? Ich hoffe nie diese Erfahrung machen zu müssen, um eine Antwort darauf zu erhalten …
O vídeo abaixo mostra um pouquinho do treinamento das crianças japonesas em caso de terremoto
Das Video unten zeigt ein kurzes Training japanischer Kinder für den Fall eines Erdbebens
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