Archive | February, 2011

Boliche de bicicleta

27 Feb

No Brasil, geralmente, as aulas começam às sete ou sete e quinze da manhã e vão até meio dia e meia mais ou menos. Os alunos da escola primária costumam ter as tardes livres para participarem de cursos extra- escolares, descansarem ou brincarem. Uma das minhas brincadeiras preferidas nesta época era andar de bicicleta ou skate perto de casa, no bairro do Itaim Bibi.

Hoje em dia, no Brasil, bicicleta só dentro de um parque ou nas ciclovias das cidades litorâneas e olhe lá! Em São Paulo, por exemplo, usar a bicicleta como meio de transporte é quase uma atividade suicída. A poluição dos carros e ônibus é insuportável, não existem ciclovias e os motoristas não respeitam nem mesmo outros motoristas, quiça pedestres e ciclistas.

Além disso, o país possui a maior frota de motoboys do mundo, com cerca de 900 mil profissionais e só em SP capital, eles são mais de 200 mil. Costumam circular em alta velocidade entre os carros e ônibus.

Isso sem falar em toda a variedade de ladrões, desde o que só vai roubar a sua bicicleta até o que pode te dar um tiro se você fizer um mínimo movimento suspeito.

Aqui na Suíça, a situação é oposta. Apesar de alguns acidentes e roubos é muito tranquilo e seguro circular de bicicleta. Em Wettingen então é perfeito, a cidade é tão plana que muitas vezes dá até para se imaginar em cima de uma Vespa, tamanha facilidade para pedalar pelas ruas.

Ontem, lendo os sites de notícias brasileiros me deparei com uma reportagem cujo título era: “Polícia gaúcha procura motorista que atropelou grupo de ciclistas”.

Na  reportagem testemunhas contam que sexta à noite um grupo de 130 pessoas fazia um passeio exatamente para promover o uso da bicicleta como meio de transporte na capital gaúcha. Em um determinado momento, um motorista de um carro encostou no grupo pois queria passar pela rua. O motorista ficou irritado pois os ciclistas não saíram do caminho, já que não havia espaço para abrirem a passagem para o carro; esperou um pouco, acelerou e como num boliche acertou várias bicicletas. Cinquenta pessoas ficaram feridas, muitas delas com fraturas pelo corpo.

E o passeio, que era para incentivar o uso da bicicleta, mostrou claramente porque quase ninguém circula de bike nas cidades brasileiras.

Fahrradbowling in Brasilien

In Brasilien beginnt die Schule in aller Regel um sieben Uhr oder sieben Uhr dreissig und dauert mehr oder weniger bis zum Mittag. Die Primarschüler sind sich gewohnt, den Nachmittag für ausserschulische Kurse, sich auszuruhen oder zum Spielen frei zu haben. Eine meiner liebsten Freizeitbeschäftigungen war es, mit meinem Fahrrad oder den Skates in der Nähe unseres Hauses, im Quartier Itaim Bibi, zu fahren.

Heute sieht man Fahrräder in einer Stadt nur noch in einem Freizeitpark oder auf den Radwegen der Küstenstädte und auch da ist das Radfahren ein Risiko! Wer in der Stadt SP als Fortbewegungsmittel das Fahrrad wählt, begeht quasi einen Selbstmordversuch! Die Luftverpestung durch die Autos und Busse ist unerträglich, es gibt keine Radwege und die Autofahrer respektieren weder andere Automobilisten noch Radfahrer oder Fussgänger.

Abgesehen davon existiert in Brasilien die weltweit grösste “Flotte” an Motorradkurieren. In Brasilien gibt es etwa 900 Tausend Berufskuriere auf Motorrädern, in der Kapitale SP alleine mehr als 200 Tausend. Sie sind es sich gewohnt, mit grosser Geschwindigkeit zwischen den Autos und Bussen zu zirkulieren.

Nicht zu vergessen ist die Vielfalt an Gaunern, die auch wenn sie nur darauf aus sind, das Fahrrad zu stehlen, nur schon bei der kleinsten verdächtigen Bewegung die Pistole ziehen und schiessen.

Hier in der Schweiz ist die Situation umgekehrt. Abgesehen vom Diebstahl und vereinzelten Unfällen, ist das Fahrradfahren sehr sicher und angenehm. Wettingen ist sogar wie gemacht für das Fahrradfahren, man kann sich hier sogar vorstellen, einmal auf einer Vespa unterwegs zu sein, so einfach ist es.

Gestern, als ich die brasilianischen Nachrichten las, stiess ich auf einen Bericht, dessen Titel wie folgt lautete: “Die Polizei des Staates Rio Grande do Sul (“Polícia gaúcha”) sucht Automobilisten der eine Gruppe Radfahrer überfuhr”.

Zeugen berichteten in dieser Nachricht, dass in der Nacht zum Freitag eine Gruppe von 130 Personen eine gemeinsame Radfahrt unternahm. Der Anlass hatte als Ziel, die Bevölkerung der Hauptstadt des Staates Rio Grande do Sul, zur vermehrten Benutzung des Fahrrades als öffentliches Verkehrsmittel aufzurufen. Irgendwann stiess von hinten ein Automobilist auf die Gruppe und wollte diese überholen. Als die Gruppe nicht auf die Seite wich und so kein Platz zum überholen blieb, wurde der Fahrer derart wütend, dass er einen Moment innehielt, um dann mit grosser Geschwindigkeit in die Gruppe zu rasen, so dass etliche Radfahrer wie von einer Bowlingkugel getroffene Kegel durch die Luft flogen. Fünfzig Personen wurden dabei verletzt, einige davon schwer, mit Brüchen am ganzen Körper.

Und ein Ausflug, der zur Ermutigung zum Fahrradfahren dienen sollte, zeigte klar und deutlich, warum niemand in brasilianischen Städten mit einem Fahrrad unterwegs ist.

Semana no Orient

26 Feb



Programa da semana/ Wochenprogramm

Domingo/Sonntag:  27.02

 15:00 h Rasmus und der Vagabund – Olle Hellbom (Suécia/Schweden)

 19:00 h Copie Conforme – Abbas Kiarostami (Iran/Italia)

Segunda/Montag:  28.02

 20:30 h Copie Conforme  – Abbas Kiarostami

Terça/Dienstag:  01.03

 20:30 h Wildnis Schweiz – Roger Mäder (Schweiz)

Quarta/Mittwoch 02.03

20:30 h Satte Farben vor Schwarz – Sophie Heldman (De/CH)

 Quinta/Donnerstag 03.03

20:30 h Satte Farben vor Schwarz – Sophie Heldman (De/CH)

Sexta/Freitag 04.03

 20:30 h Satte Farben vor Schwarz – Sophie Heldman (De/CH)

Sábado/Samstag 05.03

 20:30 h Satte Farben vor Schwarz – Sophie Heldman (De/CH)

 Domingo/Sonntag 06.03

 11:00 h Yo, También –  Antonio Naharro, Álvaro Pastor (Spanien)

 19:00 h Satte Farben vor Schwarz – Sophie Heldman (De/CH)

O Orient fica na Landstrasse, 2/ Das Kino Orient liegt an der Landstrasse, 2

Telefone para reservas: de segunda à sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h – 056 4301239

Reservationen werden Montags bis Freitags von 09 bis 12 und von 14 bis 17 Uhr unter 056 430 12 39

Perfil: Vilma Schmidt

24 Feb

Quem mora em Wettingen? Quem faz essa cidade acontecer? Eu sempre tive muita curiosidade em  conhecer os moradores de Wettingen.  Sabe aquelas pessoas que a gente vive encontrado por aí, no supermercado, nas lojas, na piscina etc mas não sabe quem é?  A fisionomia fica familiar, elas fazem parte do nosso cotidiano mas nem sequer sabemos o nome dessas pessoas.

O thewettingenpost começa agora a conhecer essas pessoas e o  primeiro perfil é o da Vilma Schmidt:

A Vilma é a brasileira mais incrível de Wettingen. Primeiro porque é muito gentil, simpática e carinhosa. Depois porque é inteligente e sagaz mas principalmente por ser muito, muito solidária.

Vilma vive na Suíça desde 1990 e em Wettingen desde 97. É professora de português no Klubschule Migros em Baden e em Aarau, tradutora e trabalha como voluntária na organização Terre des Hommes.

Nascida na década de 50 no sul do Brasil, com 12 anos de idade mudou-se com a família para São Paulo, onde; depois de formada em Português e Inglês trabalhou por mais de uma década como professora de colegial. Também foi secretária bilíngue na ABB de SP onde conheceu seu marido. E aí entra a Suíça em sua vida.

Vilma chegou aqui companhando o marido que veio trabalhar na ABB de Baden. Os quatro filhos do casal, então com idades entre 4 e 8 anos, se adaptaram facilmente à escola e aprenderam alemão rapidamente. Para Vilma, a recepção suíça não poderia ser melhor, o que ajudou muito nos primeiros anos. O casal de vizinhos em Effingen  tratava as crianças Schmidt como netos.  A tranquilidade e a segurança da vida  na Suíça também conquistaram a família. Aqui, as crianças podiam brincar na rua e caminhar sozinhas para a escola, o que seria impensável numa cidade como SP.  Com quase tudo tão perfeito, as dificuldades do início se concentravam na saudade da família do Brasil e no alemão. Vilma calcula que estudou por uns cinco anos a língua.

Em 97, os Schmidt mudaram para Wettingen e, novamente; a surpresa foi positiva. Vilma adorou o fato da cidade ser toda plana. Para quem gosta de caminhadas como ela, Wettingen é o paraíso. Não por acaso, o passeio preferido de Vilma é caminhar perto do Limmat. Outro lugar que ela adora em Wettingen é a academia Physioflex onde vai de duas a três vezes por semana. Ela também frequenta semanalmente a missa dominical da igreja de St. Anton, onde tem seu lugar fixo.  Apesar de  sentir a falta da diversidade  gastronômica e cultural de SP, adora morar aqui e não trocaria mais  Wettingen pela megalópole brasileira.

Hoje, com os filhos estudando em universidades ou já formados, ela trabalha bastante mas ainda consegue tempo para ajudar. Além de ser voluntária na Terre des Hommes (uma organização suíça que ajuda crianças em situação de risco, seja por guerras ou catástrofes naturais ); Vilma ajuda muitas brasileiras que vivem na Suíça.  Uma vez por semana, ela participa de um encontro  na capela do lar para idosos de Würenlingen, onde, com uma freira brasileira as participantes rezam e falam sobre seus problemas.

Vilma é aquele tipo de pessoa que todo mundo sabe que pode confiar em um momento de tristeza ou dificuldade. É quase uma terapeuta que não cobra honorários.

Portrait: Vilma Schmidt

Wer wohnt in Wettingen? Wer macht diese Stadt zu dem, was sie ist? Ich war immer schon sehr neugierig, einige Bewohner Wettingens näher kennen zu lernen. Ihr wisst welche. Jenen, denen man hier ständig begegnet, im Supermarkt, in den Geschäften, im Schwimmbad etc., aber nicht weiss, wer sie sind. Das Gesicht kommt einem bekannt vor, sie sind ein Teil unseres Alltages, aber wir kennen nicht einmal ihre Namen.

thewettingenpost beginnt nun, solche Menschen kennen zu lernen. Die erste Persönlichkeit ist Vilma Schmidt:

Vilma ist die erstaunlichste Brasilianerin von Wettingen. Zuerst einmal, weil sie sehr sanft, freundlich und liebevoll ist. Zudem ist sie intelligent und scharfsinnig, vor allem aber sehr sehr solidarisch.

Vilma lebt seit 1990 in der Schweiz und seit 1997 in Wettingen. Sie unterrichtet Portugiesisch an der Klubschule Migros in Baden und Aarau, übersetzt und arbeitet freiwillig für die Organisation Terre des Hommes.

Geboren ist sie in den fünfziger Jahren im Süden Brasiliens. Im Alter von 12 Jahren zog sie mit ihrer Familie nach São Paulo, wo sie, nach dem Abschluss in Portugiesisch und Englisch, über ein Jahrzehnt lang, als Gymnasiallehrerin arbeitete. Ebenfalls hatte sie bei der ABB (in Brasilien) als doppelsprachige Sekretärin eine Anstellung, wo sie dann auch ihren Mann kennen lernte. Und von da an trat auch die Schweiz in ihr Leben.

Vilma begleitete ihren Mann, der eine Stelle bei der ABB in Baden annahm, hierher. Ihre vier Kinder, damals alle zwischen 4 und 8 Jahren, adaptierten die neue Umgebung sehr leicht und lernten in kürzester Zeit Deutsch. Für Vilma hätte der Empfang hier in der Schweiz nicht besser sein können, was vieles erleichterte in den ersten Jahren. Das benachbarte Ehepaar in Effingen behandelten die vier Schmidt-Kinder, wie wenn es die eigenen Enkel wären. Die hier vorhandene Sicherheit und Ruhe überzeugte die Familie ebenfalls. Hier konnten die Kinder draussen spielen und alleine zur Schule gehen, was in einer Stadt wie São Paulo, undenkbar wäre. Da fast alles hier nahezu perfekt war, konzentrierten sich die anfänglichen Schwierigkeiten auf die deutsche Sprache und das Fehlen ihrer Familie in Brasilien. Vilma schätzt, dass sie etwa fünf Jahre brauchte, um diese Sprache zu erlernen.

Die Familie Schmidt zog 1997 nach Wettingen und wiederum wurde sie positiv überrascht. Vilma begeisterte die Tatsache, dass die Stadt so ebenerdig liegt. Wer wie Vilma sehr gerne zu Fuss unterwegs ist, für den ist Wettingen ein Paradies. Nicht zufällig ist daher Vilmas liebster Ausflug der Weg entlang der Limmat. Ein anderer Ort, den Vilma in Wettingen so gerne mag, ist das Fitnesscenter Physioflex. Dorthin geht sie zwei- bis dreimal pro Woche. Auch geht sie jede Woche zur Sonntagsmesse in die Kirche St.Anton, wo sie ihren Stammplatz hat. Sie schätzte die kulturelle und kulinarische Vielfalt der Megalopolis São Paulos, liebt es aber hier zu leben und würde Wettingen nicht wieder gegen São Paulo tauschen.

Heute studieren ihre Kinder oder haben das Studium schon abgeschlossen. Sie selber arbeitet noch immer sehr viel, findet aber auch heute noch Zeit, um anderen zu helfen. Ausser der Freiwilligenarbeit für das Kinderhilfswerk Terre des Hommes (einer schweizer Organisation zum Schutze von Kindern in Gefahrensituationen) hilft Vilma vielen Brasilianerinnen. Einmal die Woche nimmt sie an einem Treffen in der Kapelle des Altersheims in Würenlingen teil, wo sie gemeinsam mit einer Nonne aus Brasilien  und den Bewohnern betet und über deren Probleme spricht.

Vilma gehört zu denjenigen Menschen, denen man sich in einem schwierigen oder traurigen Moment anvertrauen kann. Sie ist quasi eine Therapeutin die kein Entgelt verlangt.

Dica para os italianos

24 Feb

A Europa vai transbordar!  Primeiro foi o tunisiano Zine el Abidine Ben Ali, depois o egípcio Mubarak, agora Muammar Gaddafi…  A Argélia balançou mas não foi dessa vez. Seria demais para a França…

Indo um pouquinho mais pro norte e pro leste bem que poderiam tirar também o Ahmadinejad…

A Itália, porta de entrada dos imigrantes do norte da Africa;  está em alerta máximo. Mas pensando bem, poderiam incluir mais um na lista daqueles  que falam, falam, falam que fazem tudo pensando no povo mas se amam mais que tudo. Gente, esqueceram do Berlusconi!

Ein Tipp für die Italiener

Europa wird überlaufen. Zuerst war es Tunesiens Präsident Zine al-Abidine Ben Ali, danach der Ägypter Mubarak, jetzt Muammar Gaddafi … Algerien wankte, fiel (dieses Mal) aber nicht. Es wäre zuviel für Frankreich …

Gehen wir von da etwas nach Norden und danach Richtung Osten. Dort könnte man gut und gerne auch Ahmadinejad beseitigen …

Italien, die Eingangstüre für die Immigranten aus Nordafrika, ist in höchster Alarmbereitschaft. Denkt man gründlich nach, könnte man noch einen dieser Liste hinzufügen. Reden, reden, reden, sagen, man mache alles für das Volk, aber sich selber mehr als alles andere lieben. Leute, Berlusconi ging vergessen!

Lenda urbana: Hermann Hesse e sua casa em Baden

21 Feb

Quando uma história é repetida muitas vezes por pessoas diferentes, mesmo não sendo verdadeira; acaba virando realidade. Um conta para o outro que conta para o outro…. e assim se cria uma lenda urbana. Ninguém sabe se é verdade mas como todo mundo fala, supõe-se que deve ser. Três pessoas já me falaram que a casa onde hoje funciona o Mc Donalds de Baden, um dia foi a moradia do escritor Hermann Hesse. Dando busca no Google dá para saber por diversas fontes que  HH frequentava muito Baden pois fazia tratamentos medicinais nas termas. Mas em nenhum lugar encontra-se a informação de que ele de fato morou nessa casa. Mesmo assim algumas pessoas juram que o escritor morou um tempo lá. Nas janelas da casa estão gravadas as iniciais HH. Alguém sabe a verdade verdadeira? Mistério…

Städtische Mär: Hermann Hesse und sein Haus in Baden

Auch wenn eine Geschichte gar nicht wahr ist, so wird sie nach einiger Zeit zur vermeindlichen Wahrheit, sie muss nur genügend oft von verschiedenen Personen erzählt werden. Jemand erzählt es einem anderen, der es wiederum einem anderen erzählt u.s.w. … so entsteht die städtische Mär. Niemand weiss, ob es wahr ist, aber da alle es erzählen, muss es doch wahr sein. Drei Personen sagten mir schon, dass das Haus, in dem sich heute der Mac Donalds Baden befindet, einst das Wohnhaus des Schriftstellers Hermann Hesse war. Mit Hilfe der Suchmaschine Google lässt sich (aus diversen Quellen) in Erfahrung bringen, dass die Badehäuser in Baden ein oft besuchtes Erholungsziel von HH waren. Aber nirgendwo begegnet man der Information, dass er tatsächlich in diesem Haus lebte. Nichts desto trotz schwören einige Personen, dass der Schriftsteller dort eine Zeit lang lebte. Auf den Fensterläden sind die Initialen HH eingraviert. Weiss jemand ob diese Wahrheit wahr ist? Ein Mysterium …

TWP Meteo

20 Feb

Ontem:

Gestern:

Hoje :

Heute:

Tiros em Columbine II

16 Feb

 

 

É insuportável sair para caminhar no campo e ter que ouvir  junto aos sons dos pássaros e o barulhinho de folhas se quebrando sob os pés,  os “bum, bum, bum” que ecoam bem alto dos clubes de tiro espalhados como pragas por aqui. Alguém deveria fazer um filme do tipo “Tiros em Columbine” para investigar e documentar o porquê desse fascínio por armas que afinal, não é um privilégio dos americanos.

A Suíça tem a população mais armada do mundo e não, não estou falando que aqui o povo está sempre na defensiva emocionalmente . O negócio aqui é literal: pistolas, fusis e outros que nem sei como se chamam. O governo calcula que deve haver entre 1,2 a 2 milhões de armas nas casas suíças. A população do país é de 7, 7 milhões. É arma demais!

Durante a prestação do serviço militar (obrigatório), os soldados guardam suas armas em casa (geralmente no porão). A diferença entre a Suíça e o resto do mundo é que aqui os soldados podem manter as armas mesmo não sendo mais soldados. Ou seja, o serviço militar já foi cumprido mas a indumentária toda continua guardada em casa! Mais de 300 mortes por ano estão relacionadas com essas armas: desde acidentes até homicídios coletivos.

Um referendo foi feito, aprovado e o povo votou. A idéia era ter um maior controle desse armamento através da criação de um registro nacional de todas as armas, a proibição da posse de armas consideradas perigosas (espingardas por exemplo) e  o armazenamento das armas militares em abrigos militares. Quem possui armas em casa também deveria provar o porquê da necessidade dessas armas. Infelizmente o referendo não vingou. O povo votou contra.

 Todo mundo sabe que muitos suicídios e crimes passionais poderiam ser evitados se uma arma não estivesse por perto. Suicídios por exemplo: às vezes num rompante momentâneo, naquela meia hora de tristeza mais que profunda e falta de total perspectiva, uma arma ao alcance da mão  facilita um ato que na verdade a pessoa nem tem certeza de querer mesmo. Crimes passionais, a mesma coisa, o momento de fúria enlouquece as pessoas de um modo que uma arma por perto pode fazer um estrago que não vai ter como reparar depois.

 Muita gente  já deve ter pensando em suicídio uma vez na vida mas poucas realmente se matam. A vontade de se matar se dá em crises e quando estas crises passam essa vontade vai junto. Dá trabalho comprar remédio, veneno, preparar, ingerir; cortar os pulsos deve doer, se jogar de um prédio deve dar medo. Tudo isso muitas vezes pode ser revertido. As emergências dos hospitais devem saber muito bem como reparar pulsos cortados e como lavar um estômago sobrecarregado de remédios. Além do quê, tudo isso pode  não funcionar mas um tiro…. é tão rápido e eficiente que num momento de irracionalidade faz tudo parecer muito fácil.  Não dá a possibilidade de arrependimento.

Armas podem dar segurança para quem precisa se defender (na Suíça eu não consigo imaginar do quê), podem ser um Hobby mas mais que tudo servem para matar.

Bowling for Columbine II

Es ist unerträglich, auf einem Spaziergang durch die Natur, zusammen mit dem Gesang der Vögel und dem Rascheln des Laubes unter den Füssen, dieses “bum, bum, bum” aus den Schützenhäusern, der hier überall verstreuten Schiesssportvereinen, hören zu müssen. Jemand sollte einmal einen Film vom Typ “Bowling for Columbine” drehen, um die Ursache dieser Faszination zu suchen und zu dokumentieren, die im Übrigen kein Privileg der Amerikaner ist.

Die Schweiz hat die am meisten bewaffnete Bevölkerung der Welt, ich sage nicht, dass sich die Leute hier die ganze Zeit in einer emotionalen Verteidigungshaltung befinden. Es geht hier effektiv um die Waffen: Pistolen, Gewehre und anderes, ich weiss nicht einmal wie sie alle heissen. Der Staat schätzt, dass sich etwa 1,2 – 2 Millionen Waffen in Schweizer Haushalten befinden. Die Schweiz hat etwa 7,7 Millionen Einwohner. Das sind zu viele Waffen!

Solange die Männer sich im (obligatorischen) Militärdienst befinden, bewahren sie ihre Waffen zu Hause auf (meist im Keller). Im Unterschied zum Rest der Welt können hier die Wehrdienstleistenden die Waffen auch nach der Dienstzeit behalten! Das bedeutet, obwohl der Wehrdienst schon erfüllt ist, bleibt die Ausrüstung zu Hause! Mehr als 300 Tote pro Jahr stehen in Verbindung mit diesen Waffen: von Unfällen bis hin zum kollektivem Selbstmord.

Eine Referendum wurde dagegen ergriffen, kam zu Stande und das Volk stimmte darüber ab. Die Idee war, durch eine nationale Registrierung eine bessere Kontrolle über diese Waffen zu erhalten, ein Verbot des Besitzes gefährlicher Waffen zu Hause (Feuerwaffen zum Beispiel) und die Aufbewahrung dieser Militärwaffen in Zeughäusern. Wer zu Hause Waffen besitzt, sollte auch nachweisen, warum er diese Waffen braucht. Unglücklicherweise kam es nicht durch. Das Volk stimmte dagegen.

Jeder weiss, dass viele Selbstmorde und Mordfälle (oder Versuche) verhindert werden könnten, wäre keine Waffe in der Nähe. Selbstmorde als Beispiel: In einigen Fällen, manchmal während eines plötzlichen Ausbruchs tiefer Traurigkeit, einer halben Stunde der Perspektive der Ausweglosigkeit, erleichtert die in der Nähe greifbare Waffe eine in kurzer Zeit getroffene Entscheidung, welche die Person im Grunde gar nicht begehen wollte. Ebenso bei einem Verbrechen aus Leidenschaft, auch hier erleichtert die Anwesenheit einer Waffe eine Tat, die in einem plötzlichen Anfall von Wut geschieht und nicht mehr rückgängig zu machen ist.

Viele Menschen haben in ihrem Leben wohl schon einmal an Selbstmord gedacht, aber nur wenige davon haben sich auch getötet. In Mitten vieler Krisen steigt die Chance sich zu töten, übersteht man aber diese Phase, verschwindet mit ihr auch dieses Verlangen sich zu töten. Es bedarf eines Aufwandes, Medikamente oder Gifte zu vergleichen, auszuwählen, alles vorzubereiten, einzunehmen; die Pulsadern aufzuschneiden ist wahrscheinlich schmerzhaft, um sich von einem Gebäude zu stürzen muss wohl Angst überwunden werden. All das ist häufig abwendbar. Die Notaufnahmen der Spitäler werden sicherlich nur zu gut wissen, wie man aufgeschnittene Pulsadern behandelt und wie man einen mit Medikamenten gefüllten Magen auspumpt. Mal abgesehen davon, dass all dies zu spät erfolgt und nicht mehr hilft, hingegen ein Kopfschuss … so schnell und effizient, dass alles in einem Moment der Irrationalität einfach aussieht. Es gibt keine Möglichkeit der Umkehr.

Waffen können einem bei der Verteidigung mehr Sicherheit geben (in der Schweiz kann ich mir aber nicht vorstellen wogegen), sie können ein Hobby sein, aber vor allem dazu dienen, um zu töten.

Não chuta que não é macumba

16 Feb

Toda cidade pequena suíça sempre tem uns dois ou três: canteiros centrais decorados nos cruzamentos das maiores “avenidas”. Por mais bem feitos que sejam esses jardins, muitas vezes decorados com esculturas; eles sempre têm um “quê” de kitsch. Aqui em Wettingen temos dois notáveis: um enorme ninho com três corvos – bebês e uma reprodução de uma parte do muro do belíssimo mosteiro de Wettingen.  Engraçado… corvos na minha perspectiva sempre foram  sinônimo de mau agouro, Edgar Allan Poe, filmes americanos de terror…. Se fosse no Brasil, alguém já diria: “chuta que é macumba!”.

Zertrete es nicht, es ist kein Macumba*

Jede Kleinstadt in der Schweiz hat so zwei oder drei: Dekorierte zentrale Verkehrskreisel in den Strassenkreuzungen der “grossen Hauptstrassen”. Obwohl diese Inseln schön gestaltet sind (vielfach reich an Blumen) und oft dekoriert mit Skulpturen, haben sie immer auch einen Touch Kitsch. Hier in Wettingen gibt es zwei Nennenswerte: Ein riesiges Vogelnest mit drei Krähenküken und eine Nachahmung eines Teils der wunderschönen Wettinger-Klostermauer. Lustig… Krähen waren in meiner Vorstellung stets mit einem schlechten Omen verbunden: Edgar Allan Poe, amerikanischen Horrorfilmen… Wäre sie in Brasilien, würde jemand jetzt sagen: “chuta que é macumba!”

*Abwandlung einer “gíria” : “chuta que é macumba (Zertrete/zerstöre es, es ist Macumba”

gíria:

Eine “gíria” ist ein Slangausdruck oder ein meist humorvoller Spruch, eine bildliche Umschreibung einer Handlung, deren wortwörtliche Übersetzung meist etwas anderes bedeutet oder keinen Sinn ergibt. Die brasilianische Sprache ist voll mit solchen “gírias” . Wer diese “gírias” nicht kennt (dessen Bedeutung) steht trotz guter Sprachbeherrschung oft auf verlorenem Posten.

macumba:

Zwei Religionsgruppen mit afrikanischen Wurzeln praktizieren macumba : Candomblé und Umbanda. Unter Macumba ist ein Dienst an die Geister gemeint, der durch eine Arbeit, ein Kunstwerk erbracht wird. Diese Kunstwerke sehen für westliche Augen oft bizarr aus. Ein Sammelsurium an Objekten aus verschiedenen Religionen, gemischt mit toten Hühnern, Popcorn, Kerzen u.a. Da niemand diese Arbeiten zerstören sollte oder ansonsten den Zorn der Geister weckt, wird der Spruch: “chuta que é macumba” für so vieles verwendet, was man eben nicht anrühren sollte, aber eben auch für irgend etwas, was einem bizarr oder seltsam fremd vorkommt.

Eike precisa de um

14 Feb

Que surpresa! Passeando por Wettingen, um pouco distante do centro da cidade, quase no “campo”; me deparei com um bondinho particular! Isso sim é chique e moderno: morar no morro com vista panorâmica mas não precisar gastar energia (corporal) subindo e descendo escada.

Eike* braucht so eine

Was für eine Überraschung! Unterwegs durch Wettingen stiess ich etwas ausserhalb des Stadtzentrums, also fast “auf dem Feld”, auf eine private Bergbahn! Das ist schick und modern: leben auf dem Hügel mit Panoramaaussicht, aber ohne für das Treppensteigen Energie (körperliche) zu verbrauchen.

* Eike ist der reichste Brasilianer

Torre de Babel

12 Feb

“Aruj, Aruj, Aruj!!!”, grita a mulher pelo corredor do shopping enquanto corre atrás da filha. “Hussein, Hussein!”, diz outra mulher com cara de brava para o filho que faz manha. O shopping de Spreitenbach parece ter de tudo menos suíços. Nos dias das “férias de esporte”, em fevereiro, enquanto a maioria dos suíços vai esquiar, o shopping vira mais ainda a Torre de Babel. Por falta de dinheiro e costume, os estrangeiros que aqui vivem não são loucos por esquiar como os suíços e gastam o tempo livre nos shoppings. Vale dizer também que a cidade de Spreitenbach, onde fica o maior shopping do país  (20 minutos de ônibus de Wettingen) tem uma das maiores concentrações por metro quadrado de estrangeiros na Europa. É mais ou menos assim: se na Suíça 25% da população é de estrangeiros, em Spreitenbach esse número chega à quase 50% mas juro… parece que deve ter uns 80% porque por lá só se escuta suíço-alemão quando os bandos de adolescentes abrem a boca e precisam de uma língua em comum para se comunicarem.

Eu, particularmente, gosto dessa mistura, acho interessante, enriquecedora e me lembra São Paulo, um pouco uma bagunça mas divertida e  cheia de nuances. Também entendo, em termos, os muitos suíços que se preocupam com o excesso de estrangeiros e as mudanças de hábitos. Muitos estrangeiros realmente não querem se integrar. Chegam aqui aos poucos e logo, logo já têm pais, irmãos, sogros, cunhados e toda uma galera. Acabam vivendo entre eles, não falam a língua e muitas vezes não respeitam os costumes locais. Mas do outro lado, muitos suíços acreditam que os estrangeiros só são suficientemente integrados se agirem e pensarem igualzinho à um suíço! Parece surreal imaginar que um indiano ou um turco vá de repente começar a  comer rösti ao invés de samosa e cebola! Manter e espalhar os hábitos do país de origem também contribui para enriquecer a cultura do novo anfitrião. São Paulo seria mil vezes menos legal não fosse a influência das culturas japonesa e italiana em muitos hábitos paulistanos. O que não dá é pra descambar na cultura do ódio. Tem que haver educação e respeito de ambos os lados.

E voltando ao ponto de partida, o shopping…. incrível como brasileiro se sente em casa em um! Tirando os ex-Ioguslávia o que mais tem por lá são brasileiras. No Brasil, os shoppings fazem parte da cultura local pois além de lojas, todos possuem salas de cinema e teatros e muitos restaurantes fast-food. Eles também sempre foram sinônimo de segurança (já não são mais) e ar condicionado! Em várias cidades brasileiras as pessoas se enfiam nos shoppings nos dias mais quentes de verão porque lá é muito mais fresquinho que na casa delas. 

Eu nunca vivia enfurnada em shopping quando morava em SP, ía no máximo na hora do almoço da “firma” pela variedade de restaurantes bons e baratos. Mas aqui…porque é frio, porque tem pouco lazer em lugares fechados e porque tem muitas lojas boas baratas…. bom, aqui é outra história…

Turm zu Babel

“Aruj, Aruj, Aruj!!!”, schreit eine Frau durch den Korridor des Shopping Centers, während sie der Tochter nachrennt. “Hussein, Hussein!” sagt eine andere Frau mit finsterem Gesicht zum quengelnden Sohn. Der Shopping Spreitenbach scheint alles zu haben, ausser Schweizern. Während die Mehrheit der Schweizer in den Sportferien im Februar Ski fährt, verwandelt sich das Shopping Spreitenbach noch mehr zu einem “Turm zu Babel”. Aus Geldmangel und Gewohnheit sind die Ausländer, die hier leben, nicht so besessen vom Skifahren wie die Schweizer und verbringen ihre Freizeit in den Shoppings. Ebenfalls erwähnenswert ist, dass die Stadt Spreitenbach, dort wo sich das grösste Shopping des Landes befindet (20 Minuten mit dem Bus von Wettingen entfernt), eine der höchsten Ausländerkonzentration pro Quadratmeter Europas besitzt. Es ist mehr oder weniger so: während in der Schweiz 25% der Bevölkerung Ausländer sind, so erreicht dieser Anteil in Spreitenbach fast 50%, aber ich schwöre…, es macht den Anschein, als ob es 80% wären, weil man dort nur Schweizerdeutsch hört, wenn Teenager einer Gruppe den Mund öffnen und eine gemeinsame Sprache brauchen, um sich unterhalten zu können.

Ich persönlich mag diese Mischung, finde sie interessant, bereichernd und das Durcheinander erinnert mich etwas an São Paulo, nur ist es dort spassiger und nuancierter. Diesbezüglich verstehe ich auch die vielen Schweizer, die sich um die Übervölkerung durch Ausländer sorgen, sowie den damit verbundenen Wandel der Gewohnheiten. Viele Ausländer möchten sich tatsächlich nicht integrieren. Zuerst kommen nur ein paar, doch schon bald sind Eltern, Geschwister, Schwiegereltern und Angeheiratete hier, bis hin zur ganzen Clique. Sie beginnen unter sich zu leben, sprechen nicht die hiesige Sprache und respektieren oft auch die ortsüblichen Gewohnheiten nicht. Aber auf der anderen Seite glauben viele Schweizer, dass die Ausländer nur dann genügend integriert sind, wenn sie sich gleich verhalten und auch gleich denken wie ein Schweizer. Es erscheint einem surreal, wenn man sich vorstellt, dass ein Inder oder ein Türke plötzlich beginnt Rösti zu essen anstelle von Samosa und Zwiebeln. Gewohnheiten des Ursprungslandes zu erhalten und zu verbreiten tragen auch dazu bei, die Kultur des neuen Gastlandes zu bereichern. São Paulo wäre tausendmal weniger “toll” , wäre nicht der Einfluss der japanischen und italienischen Kultur auf viele Gewohnheiten der Paulistaner. Was nicht geht, ist der Kultur des Hasses zu verfallen. Es gilt, gute Erziehung und Respekt auf beiden Seiten zu zeigen.

Zurück zum Anfang, dem Shopping… unglaublich wie sich Brasilianer da zu Hause fühlen! Abgesehen von den Ex-Jugoslawen hat es dort am meisten Brasilianerinnen. In Brasilien sind die Shoppings Teil der örtlichen Kultur, denn neben Läden haben alle auch Kinosäle und Theater sowie viele Fast-Food-Restaurants. Ebenso war ein Shopping früher ein Synonym für Sicherheit (das ist es heute schon nicht mehr) und Klimaanlage! In vielen brasilianischen Städten gehen die Menschen an den heissesten Tagen des Sommers in die Shoppings, weil es dort etwas kühler ist als bei ihnen zu Hause.

Ich verschanzte mich nie in den Shoppings als ich noch in São Paulo lebte, ging höchstens um die Essenszeit (“der Firma”) am Mittag zur Abwechslung wegen der Vielfalt an guten und billigen Restaurants dorthin. Aber hier… weil es kalt ist, weil es wenig Freizeitmöglichkeiten in geschlossenen Orten gibt und weil es viele billige und gute Läden gibt… gut, hier ist es eine andere Geschichte…